A Casa BNDES, com apoio da Universidade Federal do Pará (UFPA), abriu as portas para o público repleta de experiências culturais sobre meio ambiente e educação até esta sexta-feira, 21, no Complexo dos Mercedários, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30). As atividades fizeram parte da revitalização do espaço, que foi palco para cinema, exposições, rodas de conversa e experiências imersivas sensoriais sobre a Amazônia.
As exposições carregaram cores, imagens e sons que aguçaram a imaginação e trouxeram para dentro das salas experiências realistas da floresta junto a reflexões sobre temas sensíveis, como o desmatamento e a expulsão de povos originários de seus territórios.
Jó Sales, artista e autor da Exposição “Amazônia Violada”, que foi exibida no espaço, comenta a importância das reflexões trazidas em suas obras: “A mostra surgiu de uma ideia de que a gente precisaria, neste momento tão único e histórico, receber uma COP na nossa cidade, usar arte, seja a pintura, a escultura ou a poesia, ou esses três elementos juntos, para levar uma mensagem que tocasse, efetivamente, o coração das pessoas em relação a temas tão importantes para a nossa região e para o mundo.”
“São obras bem impactantes, na parte tanto da pintura quanto da escultura, que nos fazem refletir sobre o futuro da humanidade. A gente não conhece a floresta por dentro, no seu cotidiano, e o autor consegue expressar todo esse sentimento de tristeza da morte da floresta. Como professor, eu até indico: esse material dá para ser utilizado em sala de aula também, para trabalhar a educação ambiental, trabalhar a realidade da Amazônia e seus conflitos socioambientais”, comenta Geraldo Magella, professor que levou as suas alunas para conhecer a exposição.


Até esta sexta-feira, 21, exposições, mostras artísticas e atividades formativas compõem a agenda, que também inclui o CineCOP BNDES, iniciativa dedicada à exibição de filmes e documentários. Foram mais de 30 filmes sobre povos da floresta, clima e biodiversidade. Entre as atrações, estiveram pré-estreias como Tainá e os Guardiões da Amazônia – Em Busca da Flecha Azul, além de produções realizadas por estudantes da UFPA.
A agenda ainda contará com o “Minicurso Visualidade”, com a temática “Cenários de um Futuro Possível”, unindo arte e sustentabilidade em um curso que transforma o palco em laboratório de inovação. Cenógrafos e figurinistas descobrem como materiais amazônicos – do látex ao miriti, das fibras naturais aos resíduos transformados – podem escrever uma nova linguagem cênica.
A professora Graziela Ribeiro relata as perspectivas do curso: “O objetivo é apresentar informações sobre as possibilidades de pesquisa e criação de projetos de desenho cênico, com ênfase em cenografia e figurino, que façam uso de materiais ecologicamente corretos e que possam reduzir o impacto ambiental das produções artísticas. Vamos dar ênfase à pesquisa de materiais amazônicos, como tecidos de fibras naturais, látex, estruturas de miriti, entre outros”. O espaço é aberto e gratuito para o público, das 8h até às 22h.
Casa das Luzes – Das 18h às 22h, a projeção mapeada da fachada gera camadas de luz, cor e som que convertem o Mercedários em uma experiência sensorial imersiva e transformam o edifício em um organismo vivo. Nesta experiência, a arquitetura colonial é reinterpretada por meio da fusão de grafismos inspirados na iconografia amazônica, que compõem a identidade visual da Casa BNDES. A narrativa visual estabelece um diálogo entre raízes, regeneração e futuro sustentável, posicionando o banco como agente catalisador da transformação, capaz de articular preservação e inovação.
