A Universidade Federal do Pará (UFPA) participa das atividades realizadas na Green Zone (Zona Verde), da COP 30, em Belém. Na última terça-feira, 11, o estande da Universidade promoveu o evento “Biodiversidade aquática e segurança hídrica: águas que conectam”, iniciativa do Centro Integrado da Sociobiodiversidade da Amazônia (Cisam), como parte das ações do Movimento Ciência e Vozes da Amazônia na COP 30.
Reunindo lideranças indígenas e representantes do governo federal, o encontro debateu o posicionamento amazônico na ciência e o protagonismo dos povos originários nas discussões sobre clima, como explica o professor e integrante da comissão executiva do Ciência e Vozes, Leandro Juen. “Um dos pontos mais importantes que estamos destacando é que as instituições amazônicas já estão produzindo um contingente enorme de conhecimento. Então hoje, nós temos capacidade intelectual instalada, e o que nós precisamos agora é de oportunidade de financiamento”, comenta.

O líder indígena Doto Takak-Ire, do povo Kayapó, enfatizou a importância da luta coletiva por mais dignidade e acessibilidade a direitos básicos. “A gente está lutando, brigando, para que todos os parentes entendam que o Brasil precisa de força para essa causa”, enfatizou, referindo-se às reivindicações junto ao poder público.
Em seguida, Bruno Martinelli, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), ressaltou o trabalho que busca aproximar o governo federal das populações tradicionais. “A gente tem atuado para criar um programa de pesquisa colaborativo, em que acadêmicos e pesquisadores dos territórios possam dialogar e fazer suas pesquisas”, ressaltou.
Ainda durante o painel, a vice-reitora da UFPA, Loiane Verbicaro, destacou o papel da universidade na formação e valorização da diversidade amazônica. “A UFPA é uma instituição inclusiva e plural, mas ainda há muito a avançar. Precisamos adaptar currículos, ampliar o apoio à permanência estudantil e garantir que todas as vozes amazônicas tenham espaço no ensino, na pesquisa e na extensão”, reforçou.
O momento se encerrou com o mediador, professor Leandro Juen, abrindo um momento de perguntas e respostas entre o público presente e os participantes da roda de conversa, proporcionando, assim, uma reflexão coletiva a respeito dos povos originários, seus protagonismos nos centros acadêmicos e a importância da presença da UFPA na COP 30.





