Celebrado em 18 de maio, o Dia Internacional dos Museus está chegando. Com ele, também se inicia uma programação especial que se espalha por diversos espaços ao redor do país, a Semana Nacional de Museus. Assim como todos os anos, a Universidade Federal do Pará (UFPA) também integra a programação com exposições e apresentações em alguns de seus museus. Para este ano, o tema escolhido foi “Museus, sustentabilidade e bem-estar”, que objetiva destacar a importância dos museus como espaços que promovem o bem-estar e a sustentabilidade. A programação completa pode ser conferida aqui.
Proposto pelo Conselho Internacional de Museus (ICOM), o tema desta 21ª edição da Semana Nacional de Museus foca na importância do papel dos museus, como ferramentas capazes de contribuir para o bem-estar da população – por meio da promoção da inclusão social, da diversidade, do lazer, da troca de conhecimentos e por ser um espaço que dá voz a diferentes tipos de arte e povos – , e para a sustentabilidade – com a eficiência na administração de seus espaços e a promoção de práticas de conservação e preservação dos recursos naturais e culturais -, além de envolver e apoiar três dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), que são: Saúde e Bem-Estar Global, Ação Climática e Vida na Terra.
“A temática vem ao encontro do debate acadêmico, bem como das instâncias local-global (Amazônia) na medida em que situa a questão da sustentabilidade a um escopo de bem-estar global, com inserção das comunidades e populações tradicionais – seus saberes e modos de vida – como alternativas à crise climática, econômica e social que vivenciamos. Os museus são parte integrante deste diálogo, que visa mediar atitudes e consciências para uma outra relação com o planeta”, ressalta o professor Jones Gomes, coordenador do Museu do Baixo Tocantins.
Museu da UFPA – A programação do Museu da UFPA (MUFPA) iniciou já nesta semana, no dia 10 de maio, com a abertura da Exposição “Modernos Contemporâneos – vol. 2”, um diálogo visual entre os acervos do Museu de Arte da Unama e o Museu da UFPA, que busca proporcionar maior visibilidade para os acervos constituídos na Amazônia que contêm extratos representativos da produção artística contemporânea no país. O trabalho representa a nova etapa da pesquisa do Grupo “Arte imagem e cultura”, coordenado pelos professores Jorge Eiró e Mariano Klautau no Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Linguagem e Cultura. Gratuita, a mostra ficará aberta à visitação até o dia 11 de junho, no horário das 10h às 17h.
Paralelamente à exposição, durante a próxima semana, o MUFPA também terá as apresentações do vídeo “Circuito Geraldo Teixeira”, do recital de música “Pianocello Amazônia Duo” e do grupo UFPA Ver-o-Cello, além das programações usuais do Grupo de Capoeira e da Semana do Cérebro, que buscam promover a saúde e o bem-estar. O Museu da UFPA está localizado na Av. Governador José Malcher, 119, em Belém.
Museu de Geociências – Sob o subtema “Agrominerais na agricultura sustentável”, o Museu de Geociências (Mugeo) traz para esta 21ª edição da Semana Nacional de Museus uma programação diversa, que visa atender à comunidade interna e externa, principalmente estudantes do ensino fundamental e médio, professores, pesquisadores e profissionais com interesse pela área de Ciências da Terra.
Para professores que atuam no ensino básico, será realizada uma oficina sobre paleontologia. Para o público em geral, haverá um conjunto de palestras sobre o uso de agrominerais na agricultura sustentável. “A temática visa mostrar que os minerais são essenciais para garantir a produtividade da agricultura moderna, na forma de fertilizantes, remineralizadores e corretivos de solo. Assim, a produção de alimentos é mais um dos papéis sociais desempenhados pelos minerais e pela mineração sustentável”, pontua Pabllo Santos, que participa da curadoria do Mugeo.
Já para os estudantes, há a possibilidade de realização de uma visita guiada ao Museu de Geociências, a qual pode ser agendada por meio do e-mail phsantos@ufpa.br. Localizado no Instituto de Geociências, no Campus Básico da UFPA, o espaço abriga rochas, minerais, minérios, pedras preciosas, fósseis (incluindo pegadas de dinossauro) e um meteorito encontrado na Amazônia.
Além dessas atividades, o Mugeo também levará sua programação para o Posto Amazônia Nossa, localizado na Avenida Perimetral, onde está sendo construído o futuro Museu Histórias da Amazônia. O objetivo da atividade é estreitar a relação entre os dois museus e apresentar o novo projeto ao público visitante.
Museu Virtual Surrupira de Encantarias Amazônicas – Projeto de extensão vinculado à Faculdade de Artes Visuais da UFPA (FAV), o Museu Surrupira de Encantarias Amazônicas terá toda a sua programação realizada no dia 19 de maio, no Espaço ITEC Cidadão, localizado no Campus Profissional, em Belém. Às 14h, a programação inicia com uma leitura coletiva do texto Cantos e encantos de Surrupira, e segue com debates e oficinas de intervenção artística até às 18h.
“A gente vai contar, um pouco, a história do surrupira e debater a história desse encantado, pensando o surrupira por meio da sustentabilidade. Ele mora no pé de tucumanzeiro e também é um dos guardiões das florestas e das matas. Tem alguns aspectos muito semelhantes com o curupira, com os pés voltados para trás, mas com a pele negra e cabelo crespo, como um encantado afro-amazônico”, explica o professor da FAV Diogo Melo.
Museu do Baixo Tocantins – Em seu terceiro ano como participante da Semana Nacional de Museus, o Museu do Baixo Tocantins vai focar a sua programação em um artefato muito conhecido dos moradores da região amazônica: o miriti. Com um conjunto de atividades que inclui mesas-redondas, palestras, apresentação de pesquisas, oficinas, exposição e apresentação cultural, a programação busca reunir pesquisadores, artesãos e sociedade civil para refletir acerca da relevância dos brinquedos de miriti, para o desenvolvimento da cultura e da economia local, e da importância da conservação e manejo dos miritizais, que são a base desse patrimônio regional.
“A cultura do miriti é muito mais ampla do que se imagina, começa na existência da palmeira, seus usos, da narrativa e sobretudo das relações que advêm dela, como seu resultado estético – os brinquedos de miriti. Como forma de alertar a sociedade para a devastação das palmeiras de miriti (miritizeiro), matéria-prima dos artesãos(ãs) e ribeirinhos, é que trataremos do tema para a programação deste ano”, comenta Jones Gomes, coordenador do Museu do Baixo Tocantins.
O Museu do Baixo Tocantins está localizado no Campus Abaetetuba da UFPA, que fica na rua Manoel de Abreu, bairro Mutirão. Para mais informações sobre a programação do museu, acesse a página do evento.
Texto: Maissa Trajano – Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA
Arte: Ibram
Fotos: Alexandre de Moraes – Ascom/UFPA e Arquivo do Museu do Baixo Tocantins