O Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará (UFPA)/ Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), formado pelos Hospitais universitários João de Barros Barreto (HUJBB) e Bettina Ferro de Souza (HUBFS), atendeu quatro comunidades da região das ilhas de Belém na manhã da última sexta-feira, 10.
Orientações sobre a saúde do idoso, nutricional, triagem dermatológica, educação sobre a doença de Chagas, triagem para diabetes e exames laboratoriais foram os serviços que levaram os ribeirinhos do Combu, do Grande, do Papagaio e do Murutucu a trafegarem no rio Guamá em busca de atendimento na Unidade Básica de Saúde do Combu. Mais de 20 pessoas, entre profissionais e alunos da área da saúde, participaram da ação, que teve a parceira da Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma).
Quem acompanhou de perto as atividades do mutirão foi o superintendente do Complexo Hospitalar da UFPA/Ebserh, o médico e sociólogo Paulo Roberto Amorim. Na opinião dele, a ação foi uma das mais importantes realizadas, coletivamente, pelo complexo por revelar a solidariedade. “Ao pensar a realização do mutirão, o presidente da Ebserh, Kléber Morais, estava iluminado, por causa da grandiosidade do que está acontecendo aqui”, enfatizou. Ele comentou vivenciar dois momentos no Combu: o primeiro, por ter feito parte em 2001 do início de desenvolvimento de projetos da UFPA na Unidade. O segundo aconteceu com o mutirão, testemunhando a participação de uma equipe multidisciplinar solidária, oferecendo um atendimento diversificado voluntariamente.
Enfermágicos – O grupo Enfermágicos, formado por estudantes da Faculdade de Enfermagem da UFPA, repassou informações preventivas à saúde, tendo as crianças como foco para alertar sobre a higiene corporal e das mãos. O coordenador da trupe, Marcos Trindade, comentou a importância do grupo fazer parte de atividades voltadas à população ribeirinha, considerando a dificuldade de acesso ao serviço de saúde. “É importante para nós sairmos da área urbana e oferecer informações de saúde aos moradores das ilhas, porque é um desafio atuarmos em espaço diferenciado, ultrapassando desafios em outras realidades de vida”, enfatizou.
A moradora da ilha do Combu Denise Corrêa há dois anos estava sem fazer exame de doenças sexualmente transmissíveis e o da Diabetes. Segundo ela, a falta de dinheiro e tempo para sair de sua casa e fazer exame na capital são os motivos para deixar a saúde em segundo plano. “Quem dera fosse sempre assim, a gente não precisaria ir a Belém para se consultar ou fazer exame com médicos que não atendem aqui. Então, é muito bom e poderia acontecer pelo menos uma vez por mês”, sugeriu.
A coordenadora da Unidade Estratégica de Saúde da Família, Telma Helena Cursino, faz eco ao que disse Denise, por ser testemunha das dificuldades dos ribeirinhos, em especial, a de locomoção. “Então, se esse serviço vem até a comunidade, é muito melhor para essa população, que está mais próxima do seu domicílio, facilita o acesso e tem disponibilizado vários serviços que não teria no dia a dia”, concluiu.
Ao todo, 135 atendimentos foram realizados, entre crianças, jovens e adultos. Para a coordenação, sob a responsabilidade da Gerência de Assistência à Saúde do Barros Barreto e respondendo interinamente pela Gerência de Atenção à Saúde, Simone Pampolha, as expectativas foram alcançadas, porque o planejamento foi garantido, praticamente, em cem por cento, de acordo com a necessidade das comunidades.
Texto e fotos: Edna Nunes – Complexo Hospitalar da UFPA/Ebserh.