Como parte da programação científica da 76ª edição da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, foi promovida, na manhã desta quarta-feira, 10 de julho, a Conferência “Doenças Neurodegenerativas em uma Sociedade que Envelhece”, realizada pela professora Débora Foguel, do Instituto de Bioquímica, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com a apresentação do médico e professor titular da UFPA Juarez Antônio Quaresma. O principal objetivo do evento era apresentar os conceitos, os sintomas e os novos tratamentos desenvolvidos na área biológica em pacientes que possuem transtornos neurodegenerativos.
Durante a conferência, foram apresentados conceitos relacionados aos tipos de doenças neurodegenerativas, às regiões do cérebro mais danificadas, à expectativa de vida de pessoas que possuem transtornos que atacam o sistema nervoso e, principalmente, ao crescimento da população com demência em um mundo que envelhece, tópico que deu nome à palestra. Além desses temas, também foram abordados os principais desafios dos dois transtornos neurodegenerativos que mais acometem os pacientes: o Alzheimer e o Parkinson.
“A universidade tem que gerar conhecimento básico antes de qualquer coisa, porque é com esse conhecimento básico que a gente pode pensar em terapias. Então, é muito importante, como país, a gente apoiar o que chamamos de ‘pesquisa básica’, que é esta que tenta entender os fenômenos, os processos, e é isso o que eu tento fazer no laboratório”, explica a bióloga e conferencista Débora Foguel, que ainda afirmou a importância dessas pesquisas iniciais para a descoberta de novos tratamentos na área dos distúrbios que afetam os nervos.
Tratamento de doenças neurodegenerativas – Entre as causas que podem interferir no aparecimento de distúrbios neurodegenerativos citados na palestra, estão os fatores genéticos, os ambientais e os endógenos. Nesse sentido, os tratamentos disponíveis atuais são paliativos, ou seja, aqueles que apenas amenizam os sintomas e possibilitam uma melhora de estado do paciente por um determinado período, o que funciona regularmente com terapias para doenças como o Alzheimer, o Parkinson, o Huntington e a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).
“A gente precisa manter o cérebro ativo, funcionando, pensando, isso tudo ajuda. Por isso o que nós sabemos é que, quando a gente fuma, não se exercita e não exercita o cérebro, a gente aumenta as chances do desenvolvimento de Alzheimer quando não tem nenhum fator genético. Então, assim, não temos muito para evitar a doença, impedir que ela aconteça, mas a gente pode, sim, mudar o estilo de vida e tentar prevenir essas doenças”, finaliza a professora Débora Foguel.