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TAMANHO DA FONTE

Pesquisadora premiada, Yvonne Mascarenhas destaca a importância do desenvolvimento científico, tecnológico e social do Brasil

Criadora da cristalografia estrutural por difração de raio x no Brasil, Yvonne Mascarenhas participou da conferência da 5ª Edição do Prêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher” da SBPC, realizada durante a programação científica da 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O prêmio é concedido pela SBPC e presta homenagem a cientistas brasileiras cuja atuação se destaca, além de reconhecer futuras cientistas brasileiras.

Com uma trajetória longeva e repleta de conquistas, Yvonne Mascarenhas, aos 92 anos, continua contribuindo para o progresso da ciência. Ela se destaca por sua dedicação à pesquisa e ao ensino, inspirando novas gerações de cientistas e promovendo avanços significativos na área da física no Brasil. Em 1956, Yvonne fez história ao se tornar a primeira mulher a ocupar uma cadeira no Departamento de Física da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP).

Mas durante a conferência sobre o Prêmio Carolina Bori, a premiada na categoria de Exatas não abordou sua vida acadêmica ou os grandes feitos de sua carreira. Em vez disso, focou na busca pelo desenvolvimento científico, tecnológico e social do Brasil, ao falar sobre tudo o que já foi feito e os grandes avanços nas políticas do país, especialmente na educação, e levantar uma dúvida: por que os avanços não seguiram o mesmo ritmo?

Para responder a essa dúvida, Ivonne começou contando desde a construção histórica do país, das instituições científicas e tecnológicas até a própria estruturação dos órgãos responsáveis pelas políticas públicas na área. E destacou também como a educação ainda é deficiente e impacta negativamente o desenvolvimento da ciência. Ela ressaltou que a pobreza e o fato de muitas pessoas abandonarem a escola para trabalhar são desafios significativos e enfatizou a importância das cotas para garantir uma educação inclusiva. 

“Quando você oferece uma oportunidade, leva até a escola pública, você vê, eventualmente, alunos que têm que largar os estudos para ser ajudante de pedreiro, que acabam fazendo qualquer coisa para ter um pouco mais de dinheiro. E é por isso que as cotas são necessárias, para que seja possível ajudar muitas dessas pessoas que estão querendo estudar a entrar na universidade”, afirmou.

Para finalizar, Yvonne enfatizou a importância de garantir que todos os indivíduos que vivem no país tenham acesso justo e igual às oportunidades de desenvolvimento em suas áreas de estudo ou trabalho, para que seja possível construir uma sociedade mais justa e inclusiva, em que o talento e o potencial de cada indivíduo podem ser contemplados.

“Acredito que a SBPC é um núcleo de cidadania, porque cidadania é isto: é se preocupar com todos os cidadãos da sua comunidade, seja como forem. Se estão no nosso país, precisam receber todo o apoio democraticamente e equitativamente para se desenvolverem dentro da sua área de estudo ou de trabalho”.

TEXTO: Evelyn Ludovina - Comissão Local de Comunicação da 76ª edição da Reunião Anual da SBPC

FOTOS: Oswaldo Forte

Relação com os ODS da ONU:

ODS 4 - Educação de Qualidade

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