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TAMANHO DA FONTE

Pesquisadoras da UFPA são contempladas com bolsas do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio)

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Duas pesquisadoras da Universidade Federal do Pará (UFPA) foram selecionadas pelo Edital do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), que financia pesquisas voltadas para o estudo dos biomas brasileiros, incluindo o amazônico. As bolsas vão beneficiar pesquisas pertencentes a cursos de mestrado e doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ecologia (PPGEco) e do Programa de Pós-Graduação em Zoologia (PPGZool), ambos pertencentes ao Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFPA. As pesquisadoras contempladas são: Rayssa Carmo Escopro, do PPGEco, e Maria Dayanne Lucena, representando o PPGZool.

O Programa de Bolsas Funbio seleciona pesquisas com o foco em temáticas socioambientais que contribuam com conhecimento científico e tecnológico à preservação e conservação de áreas ambientais no país, assim como as transformações ocasionadas por mudanças climáticas, sendo esses aspectos de análise direcionados aos sete biomas brasileiros: Caatinga, Cerrado, Pantanal, Amazônia, Marinho Costeiro, Mata Atlântica e Pampa. Nesse sentido, os projetos das pesquisadoras da UFPA que foram selecionados estão vinculados ao bioma amazônico.

"WhatsAppPara a pesquisadora do PPGEco Rayssa Escopro, ter seu projeto selecionado foi uma “satisfação gigantesca” do ponto de vista acadêmico. “É ter certeza de que o estudo é, e sempre será, um dos melhores caminhos a se seguir”, afirma sob a perspectiva de sua experiência pessoal. “Sabemos que, no geral, as condições para pessoas pretas, periféricas e pobres da sociedade são difíceis, mas, no meu caso, não foi impossível obter conquistas através do estudo. Essa conquista significa nunca parar de acreditar que o estudo vai tirar muitas meninas e, consequentemente, suas famílias pretas da visão marginalizada que a sociedade tem sobre a periferia”, destacou. “Esse reconhecimento, além de ser orgulho para mim e para a minha família, servirá também para incentivar as pessoas ao meu redor, principalmente na minha comunidade”.

O trabalho da estudante visa entender as consequências do alumínio biodisponível nas águas dos riachos amazônicos nas respostas bioquímicas de Montrichardia linifera, nome popular: Aninga, uma planta aquática comum na região. O objetivo é entender o efeito desse metal na biodiversidade aquática, o que, para a pesquisadora, “contribui de forma significativa com a produção científica da UFPA”. “Já estamos trabalhando e pensando em novas perguntas como desdobramentos desse trabalho, que, espero, gerarão outros produtos científicos, ou seja, colaborando também para o desenvolvimento de outros futuros trabalhos que busquem a conservação na Amazônia”. A ideia é inspirar atividades econômicas de formas sustentáveis a partir da utilização de plantas aquáticas. 

"WhatsAppJá o trabalho de Maria Dayanne Lucena, do PPGZool, tem por foco avaliar como a estrutura física do habitat e a comunidade de peixes nos riachos urbanos da região do Baixo Xingu respondem ao impacto da urbanização. Tendo em vista que o avanço da urbanização altera a estrutura física dos riachos e aumenta a entrada de resíduos plásticos nos leitos dos riachos, o objetivo da pesquisa é entender como esses impactos afetam a ictiofauna nesses ambientes. Outro ponto importante a ser destacado, segundo a pesquisadora, é que “a pesquisa com os resíduos plásticos é um campo relativamente novo, principalmente para os peixes de riachos nas áreas urbanas”, o que torna esta investigação imprescindível para “embasamento de futuros projetos de gestão de resíduos em áreas urbanas, principalmente da região do Baixo Xingu, que sofre com a falta de saneamento básico”.

A pesquisadora afirmou, ainda, que ser selecionada para a bolsa foi, para ela, “uma realização pessoal” do ponto de vista acadêmico. “A sensação é de satisfação, por estar colhendo frutos semeados durante a vida acadêmica, e a certeza de que posso fazer muito mais, por meio da ciência, para a nossa sociedade”. “Estou muito orgulhosa por ter alcançado essa conquista, e isso me faz ter a certeza de que nós, mulheres e mães, podemos chegar aonde quisermos, que somos tão capazes quanto qualquer outro ser humano”, destacou.  “Dedico esta conquista a minha família e agradeço imensamente à UFPA, pela oportunidade de poder cursar uma pós-graduação em uma instituição pública de qualidade, como a UFPA”, concluiu.

Para saber mais sobre o Funbio, acesse: https://www.funbio.org.br/.

Texto: Jéssica Souza – Ascom UFPA
Fotos: Divulgação e arquivo pessoal das pesquisadoras

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