Os pesquisadores Samy de Sousa Lourenço e José Valério Moreira Candido, do Campus Castanhal da Universidade Federal do Pará (UFPA), tiveram seus trabalhos reconhecidos durante a 1ª edição do Prêmio Profmat, do Programa de Mestrado Profissional de Matemática em Rede Nacional (Profmat), organizado pela Sociedade Brasileira de Matemática (SBM). A premiação tem o objetivo de proporcionar visibilidade aos trabalhos acadêmicos de qualidade excelente e desenvolvidos no programa, em todas as regiões do país.
O Prêmio Profmat foi realizado como forma de celebrar o alcance do programa em todo o Brasil, o qual já qualificou mais de 7 mil professores e professoras. Nesta primeira edição, Samy de Souza recebeu o Prêmio de Melhor Dissertação do Profmat da Região Norte, pela pesquisa Clube de Matemática: um aplicativo para conectar alunos e professores a um banco de questões da OBMEP, e José Valério recebeu a Menção Honrosa da Região Norte por sua pesquisa Sala Invertida de Funções Trigonométricas usando a Camada de Computação do Desmos. Ambos os trabalhos foram orientados pelo professor Valdelírio da Silva e Silva, que afirma a importância de propor soluções para os problemas encontrados no processo de educar.
“Ambas as dissertações tiveram envolvimento de tecnologias, o que entrou muito em debate desde a fase do ensino remoto. As pesquisas são resultados das experiências vividas por cada orientando que, diante de um ou de outro problema observado no ensino, fomentou estratégias para contornar, minimizar deficiências ou acrescentar metodologias à sala de aula a fim de obter um melhor rendimento. As dissertações podem, então, provocar debates da aplicabilidade das tecnologias à educação, inserindo ferramentas para o ensino de Matemática aos próprios professores de ensino básico e também na formação dos professores feita nas universidades”, afirma Valdelírio da Silva e Silva.
Clube de Matemática – A pesquisa desenvolvida por Samy de Sousa consistiu na criação do aplicativo Clube de Matemática para dispositivos móveis, que conecta professores, professoras e estudantes a um banco de dados com as questões de provas da primeira fase da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). O aplicativo possibilita o uso de filtros de pesquisa, com a possibilidade de composição de turmas para orientação.
“O prêmio é um reconhecimento do trabalho desenvolvido, mas, além disso, é uma oportunidade de divulgar o aplicativo que foi desenvolvido. O aplicativo surgiu da necessidade de fazer com que estudantes, especialmente os de escolas públicas, tivessem mais contato com o estilo dos problemas adotados nas provas da OBMEP. O esforço dedicado ao desenvolvimento resultou em uma ferramenta que permite ao professor, facilmente e de acordo com seus objetivos, criar e compartilhar com seus alunos, por meio do próprio aplicativo, atividades contendo questões de provas da OBMEP”, destaca Samy.
Você pode acessar o Aplicativo Clube de Matemática por meio do Play Store.
Sala de aula invertida – Já a pesquisa de José Valério, que recebeu o reconhecimento de menção honrosa, aborda a sala de aula invertida, um modelo de ensino híbrido que envolve parte presencial e parte on-line. Os conteúdos ministrados em sala são adiantados em formatos de vídeos de, no máximo, 10 minutos e são disponibilizados teoria e exercícios de fixação para o aluno realizar em casa usando a plataforma Desmos. As páginas com o conteúdo foram criadas por componentes nativos da Camada de Computação da Plataforma, ligando seus diversos elementos a fim de dar interatividade com os discentes. Já no presencial, este conteúdo é aprofundado com a participação ativa dos estudantes para esclarecer as dúvidas. Além disso, a plataforma também permite que docentes façam curadoria mesmo a distância, pelo painel de controle do professor.
“O que me motivou foram as formações sobre metodologia ativas do conhecimento no ensino básico que tive, que eram aplicadas de forma generalizada e dificilmente ministradas por matemáticos, o que gerava dúvidas de como planejá-las. Nesse sentido, discutir as novas metodologias, modificando a postura do professor em relação ao aluno, é essencial à educação nesse momento, que cada vez mais torna difícil o engajamento do educando na aprendizagem. A ideia é exemplificar e mostrar que é possível a mudança de postura do professor e que a tecnologia deve ser uma aliada à aprendizagem”, informa o pesquisador José Valério.
A dissertação pode ajudar a promover discussões sobre os tópicos abordados, além da produção de atividades na plataforma Desmos. Este material pode interligar textos, imagens, calculadora gráfica, áudios, tabelas, questões de múltiplas escolhas ao painel controlado pelo professor, que pode ajustar o ritmo e analisar as respostas de cada aluno.
Texto: Jambu Freitas – Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA
Imagens: Divulgação SBM
