Na última sexta-feira, 25 de outubro, a primeira coordenação do Colégio de Gestores de Núcleos de Acessibilidade das Universidades Federais (Conacessi) tomou posse. O evento, realizado na sede da Andifes, é um marco histórico para o avanço das políticas públicas voltadas para a acessibilidade e inclusão no ensino superior público brasileiro.
O colegiado é formado por gestores de núcleos de acessibilidade, que desempenham a função de coordenar as atividades no âmbito da inclusão de estudantes nas universidades. A criação do Conacessi Andifes ocorreu graças a uma demanda dos próprios núcleos e representa um espaço colaborativo que facilitará a troca de experiências, a identificação de necessidades e a definição de diretrizes, planos de ação e metas. Essas ações visam fortalecer e organizar o trabalho em rede, de modo a garantir a implementação e efetividade das políticas públicas focadas na inclusão e acessibilidade no ensino superior.
O colégio foi aprovado durante a gestão da ex-presidente da Andifes e reitora da Universidade de Brasília (UnB), Márcia Abrahão Moura. A coordenadora de acessibilidade da Superintendência de Assistência Estudantil da UFPA (Saest/UFPA), professora Arlete Marinho Gonçalves, foi eleita coordenadora-geral do Conacessi. A docente é pedagoga, doutora em Educação, mestre em Educação da Linha “Formação de professores” (UEPA) e especialista em Tradução e Interpretação em Língua Brasileira de Sinais/LP2, Neuropsicopedagogia, Psicopedagogia Clinica e Institucional, Educação Especial e Inclusiva e Ensino de Libras.
A professora Arlete Gonçalvez, falou um pouco sobre o contexto da criação do colegiado e das expectativas futuras:
Como surgiu a criação do Colégio de Gestores de Núcleos de Acessibilidade?
O colégio foi criado em razão de uma necessidade institucional. Com a implementação da Lei de Cotas em 2016, as universidades começaram a receber um número significativo de estudantes com deficiência. Porém ficou claro que havia lacunas a serem preenchidas para garantir a acessibilidade e a inclusão desses alunos. O desafio não se limitava apenas ao acesso. A permanência desses estudantes também era crucial, exigindo a eliminação de várias barreiras.
Quais são os principais desafios?
As barreiras são diversas e incluem aspectos atitudinais, comunicacionais, informacionais, tecnológicos e arquitetônicos. Além disso, as políticas de financiamento para atender a esse público eram praticamente inexistentes. O programa Incluir, que existia até então, oferecia recursos limitados, que não eram suficientes para cobrir os quatro eixos essenciais para a inclusão e permanência dos estudantes.
O financiamento é apenas um dos aspectos: precisamos desenvolver políticas que abordem barreiras arquitetônicas, pedagógicas e outras, transformando essa pauta em uma prioridade transversal dentro do Conacessi.
Qual a importância de integrar um colegiado junto à Andifes?
Desde 2014, promovemos seminários nacionais que reúnem universidades federais para discutir como tornar o ambiente universitário mais inclusivo e acessível. Contudo as questões ficavam mais no campo dos debates. Integrar um colégio junto à Andifes é fundamental para desenvolver políticas de forma colaborativa e transversal, permitindo que as diretrizes de acessibilidade cheguem a outras instâncias.
Colégio de Gestores de Núcleos de Acessibilidade das Universidades Federais
Entre as funções do colegiado, está assessorar a Andifes na elaboração de diretrizes e metas e no mapeamento das necessidades das universidades no que se refere à acessibilidade para estudantes e servidores, entre docentes e técnicos. Além disso, ele se concretiza em um espaço de troca de experiências, fortalecimento em rede e diálogo contínuo com o poder público para a construção de uma educação cada vez mais equitativa e acessível para todos.
Participam, ainda, da coordenação do Colégio de Gestores de Núcleos de Acessibilidade das Universidades Federais Sinara Pollom Zardo (UnB), Adriana Arioli (UFRGS), Marcelo Dias de Santana (UFOP) e Lavínia Teixeira (UFS).