O compromisso com o desenvolvimento científico na Amazônia acaba de ganhar novo reconhecimento internacional. O professor Luís Carlos Bassalo Crispino, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Física da Universidade Federal do Pará (PPGF/UFPA), foi eleito membro da The World Academy of Sciences (TWAS), sediada em Trieste, na Itália. O título foi concedido em razão de suas contribuições pioneiras à pesquisa em Física e à divulgação científica na Amazônia.
A TWAS é vinculada à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e tem como missão fortalecer o avanço científico e tecnológico em países em desenvolvimento, por meio da oferta de bolsas, prêmios e oportunidades de colaboração entre pesquisadores. A Academia busca, ainda, reduzir o isolamento intelectual de cientistas do chamado Sul Global e promover o intercâmbio entre instituições e pesquisadores, estimulando a formação de redes de cooperação científica entre países do Hemisfério Sul e também com nações do Norte.
Entre os 60 novos membros eleitos, 57 são do Hemisfério Sul, sendo 8 do Brasil. O professor Crispino é o único representante da Região Norte na nova turma, reconhecido, especialmente, por sua trajetória de mais de três décadas dedicadas à pesquisa e à formação científica, com destaque para a criação do primeiro Curso de Doutorado em Física da Amazônia, em 2010.
“A eleição como membro da TWAS é um reconhecimento internacional na trajetória acadêmica de um cientista, e, ao longo desse percurso, conta-se com muitos colaboradores, entre cientistas experientes, jovens pesquisadores e estudantes. Então, essa eleição traduz toda uma coletividade”, destaca o professor.
Docente permanente do PPGF/UFPA e fundador do Grupo de Pesquisa Grav@zon – Gravity @ Amazônia, Crispino é autor e coautor de mais de 130 artigos científicos publicados em periódicos de destaque internacional, como Nature Physics, Nature Astronomy, Reviews of Modern Physics e Physical Review Letters. Sua trajetória o consolidou como uma das principais referências nacionais nas áreas de Física Teórica, História da Ciência e divulgação científica, sendo também membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC).
Além do mais, a eleição carrega não apenas o mérito individual, mas também a responsabilidade de representar a comunidade científica amazônica em um espaço global de diálogo e decisão. Segundo o professor, não há muitos cientistas da Amazônia que integram a TWAS, e isso aumenta a responsabilidade dos pesquisadores que representam a região.
“É uma grande satisfação ter sido eleito para esta Academia neste momento de minha carreira, tendo plena consciência de que isso é fruto das colaborações acadêmicas que mantive e dos resultados dos trabalhos científicos desenvolvidos e publicados”, ressalta o docente.
