O dia 20 de novembro é celebrado como Dia Nacional da Consciência Negra. A data foi escolhida em alusão à morte de Zumbi dos Palmares, líder quilombola brasileiro que se tornou símbolo da luta contra a escravidão e o racismo. Com base no diálogo proposto pela data, o Projeto de Extensão Educação Antirracista na Formação de Professores e Professoras por uma Perspectiva Negra Decolonial Brasileira, da Universidade Federal do Pará (UFPA), realizou o I Seminário de Educação Antirracista na Formação de Professoras e Professores. O evento reuniu a comunidade acadêmica para pensar decolonialidade na educação superior.
A primeira edição do seminário apresentou o tema “Uma Perspectiva Negra e Decolonial Brasileira” e propôs um diálogo que repensa os pesquisadores e as obras que são normalmente discutidas nos cursos de licenciatura. O Brasil, como país que foi colonizado por séculos, ainda apresenta um sistema de educação que se entrelaça aos moldes e discursos da Europa e da América do Norte, com obras de pesquisadores que, em sua maioria, são homens e brancos. Por isso é importante que as novas gerações de pesquisadores sejam incentivadas a adotar um olhar com base em outras perspectivas e, por que não?, por meio de pesquisadores(as) negros(as) brasileiros(as).
“Como projeto teórico-prático, tentamos apresentar para a comunidade acadêmica uma nova condição de poder, saber e ser. A perspectiva negra decolonial brasileira deve ser posicionada como uma agenda epistêmica que tem descolonizado nossas teorias e práticas educacionais. A universidade como um todo tem um papel crucial de promover uma perspectiva negra decolonial brasileira, buscando ampliar a diversidade de vozes e conhecimentos, além de desconstruir narrativas eurocêntricas”, lembra Edivania Santos Alves, coordenadora do evento e do projeto de extensão.
O evento contou com mesas de conversa que abordaram as temáticas “Educação das Relações Étnico-Raciais e Desafios à Descolonização do Currículo Escolar” e “Políticas Afirmativas na Luta Antirracista na UFPA, IFPA e Escola Pública”, com vivências dos próprios palestrantes. Entre os teóricos lembrados, estiveram Silvio Almeida, Kabengele Munanga, Nilma Lino Gomes, Antônio Bispo dos Santos, Djamila Ribeiro, Zélia Amador de Deus, Carolina Maria de Jesus, Audre Lorde, entre outros.
“Precisamos continuar promovendo o debate antirracista por uma perspectiva negra decolonial brasileira para mobilizar a comunidade acadêmica e a sociedade, a respeito da necessidade de que o debate antirracista esteja na diretriz curricular de todas os cursos formando profissões, sobretudo, a dos professores e das professoras”, reitera a coordenadora.
Texto: Jambu Freitas – Assessoria de Comunicação institucional da UFPA
Fotos: Divulgação