O Projeto Acionador Automático de Ambu (AAA) foi o vencedor da 6ª edição do Prêmio de Inovação em Engenharia e Biomedicina para o Sistema Único de Saúde (SUS), que busca reconhecer nacionalmente trabalhos técnico-científicos com potencial de aplicação no sistema. A cerimônia de premiação será nesta sexta-feira, 27, em Brasília.
A premiação é fruto da parceria entre a Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica (SBEB), a Boston Scientific, o Ministério da Saúde e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. O objetivo é identificar projetos com soluções tecnológicas voltadas ao desenvolvimento de soluções viáveis para a saúde pública brasileira.
O projeto vencedor desenvolveu um tipo de ventilador mecânico construído com um baixo custo que funciona apenas com ar comprimido que é disponível na rede hospitalar, sem depender da energia elétrica ou força física para manter a respiração do paciente. O projeto foi desenvolvido pelo Laboratório de Concepção e Análise de Dispositivos Elétricos (LCADE), composto por Henrique Brito, Emanuele Silva, Lucas Morais, Jhennifer Freitas, Vitor Brabo, Rodrigo Carvalho, Roniel Marques, e coordenado pelos professores Wellington Fonseca e Marcelo Silva.
A iniciativa surgiu como solução para a falta de aparelhos respiratórios elétricos decorrente da superlotação dos hospitais em meio à pandemia da covid-19 em 2020, quando os profissionais da saúde tiveram que recorrer ao Ambu, um tipo de reanimador manual que fornece ventilação mecânica para pacientes por meio de uma bolsa de silicone que, ao ser pressionada, bombeia ar para dentro do pulmão do paciente. O AAA foi pensado para automatizar o Ambu tradicional, que necessitava da força física desses profissionais e que os levava à exaustão.
“Este reconhecimento nacional estimula o desenvolvimento de projetos de tecnologia na saúde por pesquisadores da Amazônia para a nossa região. Quando um produto é desenvolvido e funciona aqui, ele vira um produto robusto, porque passa por desafios que grandes cidades que têm mais estrutura não passam. Além disso, mostra que, no Pará e na região amazônica, também fazemos pesquisa de alta relevância.”, comenta Henrique Brito, integrante do projeto ganhador.
Atualmente, o aparelho visa atender a pessoas doentes que estejam principalmente em locais onde a eletricidade é escassa, como em comunidades ribeirinhas da Amazônia.
Sobre o prêmio – Criado em 2020, o Prêmio de Inovação em Engenharia Biomédica para o SUS é voltado para autores e coautores de projetos nas diversas áreas da Engenharia Biomédica, desde que desenvolvidos a partir de 1º de janeiro de 2020, com potencial de aplicação no Sistema Único de Saúde (SUS). A seleção conta com duas categorias: Acadêmica, que inclui artigos científicos, TCCs, dissertações e teses; e Inovação Aplicada, destinada a relatos de experiência, resumos executivos e modelos de negócios criados por startups ou por profissionais que atuam diretamente na rede pública de saúde.


