Com o objetivo de melhorar a qualidade da merenda escolar e incentivar alternativas sustentáveis de agricultura por meio da educação, a Universidade Federal do Pará (UFPA), por meio do seu Instituto de Ciências Biológicas (ICB/UFPA), desenvolve o Projeto de Extensão Hidroponia nas Escolas, que instala sistemas de cultivo baseados na hidroponia, uma técnica que permite plantas crescerem sem solo, com raízes suspensas em uma solução de água e nutrientes.
A iniciativa é coordenada pelo professor Marco Antônio Menezes Neto e teve início em 2022, quando as atividades consistiam em receber estudantes de escolas públicas de Belém nas dependências do ICB, nas quais eram apresentados os princípios e benefícios da técnica. Hoje, as ações ocorrem de forma itinerante, em que os sistemas são montados diretamente nas escolas, em etapas que incluem a instalação da estrutura, o plantio das mudas e a realização de seminários com os estudantes.
“O objetivo principal do projeto é que as escolas repliquem esses conhecimentos. As folhosas cultivadas no sistema hidropônico são ricas em minerais, como o ferro, o que contribui para combater deficiências nutricionais entre os alunos”, explica o professor Marco Antônio.
Os sistemas hidropônicos são construídos com materiais reutilizados, como tubos de PVC, cestos de lixo ou bacias, e funcionam com a incidência direta da luz solar. Além do professor, o projeto conta com a participação de estudantes de Bacharelado e Licenciatura em Biologia, que auxiliam na produção de conteúdo para as redes sociais e no acompanhamento das atividades junto às escolas.
Conhecimento multidisciplinar – A técnica da hidroponia também se destaca como recurso didático para diferentes áreas do conhecimento. Professores podem utilizá-la para explicar conceitos de Biologia, Química, Física e Matemática, como fisiologia vegetal, condutividade elétrica e cálculos de volume.
“O próprio sistema é um recurso didático e depende da criatividade dos professores para despertar o interesse nos alunos para, quem sabe, incentivá-los a se tornarem hidroponistas no futuro”, ressalta o professor.
Além de melhorar a qualidade nutricional da merenda escolar, o projeto busca gerar impacto social. De acordo com Marco Antônio, é importante que os estudantes se apropriem dos espaços criados e reconheçam na educação um caminho transformador, capaz de mudar vidas.
Atualmente, escolas como a E.E.E.F.M. Luiz Nunes Direito, em Ananindeua, já contam com sistemas hidropônicos implementados pelo projeto. A estrutura foi ativada no início do mês e já produz hortaliças que, em breve, poderão compor a alimentação dos estudantes.
