Na manhã da última segunda-feira, 17, o Projeto de Extensão da Universidade Federal do Pará (UFPA) “Roteiros Geo-Turísticos” ocupou as ruas do centro histórico de Belém. Desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa em Geografia e Turismo (GGEOTUR) da Faculdade de Geografia da UFPA, o roteiro contou com uma caminhada de cerca de um quilômetro, que partiu da Praça do Arsenal da Marinha até o Fórum Landi, na frente da Praça do Carmo. As programações são gratuitas e as inscrições devem ser feitas no perfil do projeto.
Com o intuito de transformar os resultados das pesquisas realizadas pelo GGEOTUR em ações de educação patrimonial, por meio de roteiros urbanos a pé, o projeto leva moradores e visitantes da cidade de Belém por diferentes pontos históricos importantes da cidade, possibilitando uma leitura crítica da capital com base na sua dimensão geográfica, histórica, arquitetônica e cultural.
“Ele é um roteiro com uma leitura geográfica do turismo. Então é um roteiro para ler a cidade. E ler a cidade é falar das coisas bonitas, evidentemente, mas é falar também das contradições que nós temos nesse período de COP, e nada mais apropriado do que a gente falar isso. A COP tinha que ser aqui mesmo para ver e discutir essas contradições, para a gente discutir o nosso futuro”, explica a professora Maria Goretti Tavares, coordenadora do Projeto Roteiros Geo-Turísticos.


No roteiro da segunda, os participantes saíram da Praça do Arsenal, passaram pela frente do Hotel Atrium e do Palacete Camelier, seguiram para a Avenida Tamandaré, depois para a Rua São Boaventura, o Palacete Pinho, o Complexo Na Maré, o Mercado do Porto do Sal, seguido do Beco do Carmo e finalizando na Praça do Carmo, no Fórum Landi. De acordo com a professora Maria Goretti Tavares, o tour é importante para que as pessoas, sejam elas moradoras, sejam visitantes, conheçam melhor a cidade e como as obras da COP estão impactando Belém, a exemplo da obra do canal da Tamandaré.
“A gente mostra o belo, mas fala também das questões e dos problemas da cidade. Temos que falar da realidade da cidade, do patrimônio material edificado, o patrimônio imaterial, como a nossa cultura alimentar, e o patrimônio natural, que é o próprio rio, os canais, os igarapés, a baía. Então, é importante para a população de Belém entender e ver a importância da cidade, ter uma dimensão de que é importante preservar a cidade”, avalia Goretti.

“Eu achei muito interessante. Eu acho que a COP é um movimento muito complexo, tem muita dinamicidade de pontos positivos e negativos. Estou aqui há 8 dias e eu ainda não tinha conhecido a cidade, entendido os impactos que a COP teve a longo prazo para Belém. Então, eu acho que a caminhada permitiu tanto conhecer a cidade dentro da sua realidade, fora dos espaços que foram pensados unicamente para a COP, e sim dentro do dia a dia da população, de quem tá aqui desde antes e quem vai continuar aqui quando a COP passar e também entender como que a COP trouxe essas mudanças tanto positivas quanto negativas. Acho que foi muito interessante nesse sentido de entender a COP para além dos espaços fechados em que ela acontece e principalmente os efeitos de longo prazo”, contou a mineira Elise Húngaro, que veio participar da COP.

O geógrafo e monitor do projeto, Kassyos Oliveira, que esteve presente na ação desta segunda-feira, conta que não conhecia a maioria dos espaços por onde passou. “Eu passei a conhecer depois que eu tive esta vivência como monitor do Roteiro. Então, por meio da professora, dos textos que a gente lê sobre patrimônio, sobre Belém, eu consegui compreender mais alguns conceitos da Geografia que a gente estuda só em sala de aula, foi quando eu consegui ver, em prática, na vivência mesmo de vir até a cidade, vir até o centro histórico, andar pela cidade, que eu consegui entender alguns conceitos e conhecer espaços que a gente não conhece normalmente quando sai para passear”, comentou Kassyos.
Nesta terça-feira, 18, o Roteiros Geo-Turísticos fará outra caminhada: a do Feliz Lusitânia ao Ver-o-Peso. Saindo do Complexo Feliz Lusitânia, passando pela Rua da Ladeira, pelo Ver-o-Peso e finalizando no Boulevard da Gastronomia. Para se inscrever, basta acessar o formulário de inscrição do projeto. O roteiro é grátis e aberto ao público.




