Espaço com diversos estandes com atividades voltadas para crianças e jovens, a Tenda da SBPC Jovem também traz em sua programação uma série de oficinas e rodas de conversa que vão proporcionar a troca de saberes entre os visitantes. Para começar, o espaço recebeu, no primeiro dia de programação, a oficina “A Rabeca Bragantina como Instrumento de Sustentabilidade e Inclusão”, ministrada pelo professor de Violino Celson Gomes, da Escola de Música da UFPA (EMUFPA). Todos os participantes puderam conhecer, um pouco, a história da Rabeca Bragantina, sua fabricação e também como tocá-la.
Criado em 2015, o Projeto de Extensão “Sarauparauara”, da EMUFPA, foi o responsável pela aquisição da rabeca para a prática dos estudantes da escola para o desenvolvimento de ritmos como o retumbão, conhecido por tomar as ruas de Bragança no período dos festejos de São Benedito. De acordo com o professor Celson Gomes, a rabeca é um instrumento de inclusão pela facilidade de experimentação, o que a diferencia dos demais instrumentos. Enquanto, normalmente, as pessoas costumam dizer que tocar um violino é muito difícil, a rabeca possibilita que pessoas, em qualquer idade, possam experimentar e aprender, sem a necessidade do uso de partituras musicais para tocar. “A rabeca abre acesso para incluir pessoas de idades diferentes, não interessam os gêneros também, não há limitações”, completou.
Além dessa oficina, o Projeto da Rabeca vai estar no palco do Theatro da Paz, nesta terça-feira (9), com o espetáculo “Aos pés do Santo Preto”, e mais uma roda de conversa sobre o projeto. “Vimos aqui, na SBPC, como oficina de experimentações em rabecas para mostrar para as pessoas um pouco mais sobre esse instrumento tão importante, artesanal e com uma sonoridade única. Com as experimentações que o professor veio conduzindo e com as possibilidades criativas, aos poucos a gente vai assimilando o que é a rabeca. A gente está trocando com muitas pessoas diferentes, de vários lugares diferentes, e isso também é muito rico”, ressaltou a estudante de Canto Popular da EMUFPA Otânia Freire, que participou da oficina.
Projeto premiado – A Projeto de Extensão “Sarauparauara” conquistou o Prêmio da Proex 2022, que possibilitou ao grupo a aquisição de mais nove rabecas, acompanhando seu processo de fabricação com os mestres e as mestras rabequeiros(as). A vivência e o aprendizado obtidos com a fabricação dos instrumentos também foram repassados para os participantes da oficina na programação da SBPC.
“Para a fabricação do instrumento, os(as) mestres(as) rabequeiros(as) utilizam de artefatos naturais e reutilizados. As cerdas dos arcos, que geralmente são feitas de crina de animais, dão lugar a plantas de manilha; e as madeiras utilizadas para a fabricação do corpo das rabecas são reutilizadas de serrarias, tendo como principal obra-prima madeiras de árvores regionais”, contou o professor Celson Gomes.
O intuito do projeto coordenado pelo professor Celson Gomes é valorizar a cultura local.
