Um dos princípios institucionais da UFPA é a universalização do conhecimento. A universidade possui diversos projetos nesse sentido, e um deles é o Guamá Bilíngue. Vinculado à Faculdade de Línguas Estrangeiras Modernas (FALEM), o projeto visa oferecer o ensino gratuito de língua estrangeira para a população de baixa renda, principalmente alunos de escola pública.
O projeto já atendeu mais de 200 alunos nos bairros Guamá, Sideral, Icoaraci, Marex, Jurunas, Outeiro e Cidade Nova. Atualmente possui três turmas em parceria com o Movimento República de Emaús, que formou 14 alunos da primeira turma de espanhol, fruto desta parceria, na última terça-feira, dia 17. As próximas turmas do curso serão abertas a partir de março do ano que vem, quando se inicia o período acadêmico para os alunos da FALEM.
“O projeto é uma forma de incentivar esses alunos a aprender sempre, criar uma consciência social e ajudá-los a compreender melhor o mundo, buscando sempre fomentar o conhecimento e o gosto pelo aprendizado”, explica a professora Rita de Cássia Paiva, coordenadora do projeto.
Segundo ela, o projeto usa o aprendizado da língua espanhola como pano de fundo para uma formação crítica, e é uma forma de a Universidade levar o conhecimento produzido dentro dela para a comunidade externa.
“Não poderíamos ser a instituição educacional que somos se não integrássemos ensino, pesquisa e extensão com a comunidade que nos recebe. Não apenas o Guamá Bilíngue, mas também diversas atividades extensionistas ajudam a despertar nos jovens o desejo de seguir estudando, e muitos acabam descobrindo que podem ir muito além do ensino médio”.
O pensamento da professora também é seguido pelos alunos da UFPA que são voluntários no ensino de idiomas do Guamá Bilíngue, como Paula Celene Martins, que destaca o caráter transformador que o protejo possui.
“É de total importância compartilhar o que aprendemos dentro e fora da Universidade, pois só quem vive essa realidade da comunidade externa sabe a dimensão do pouco conhecimento que é levado a eles. O que para a gente é o mínimo, para muitos deles é um universo, e o início de suas jornadas”, ressalta a voluntária do projeto.
Conhecimento que ultrapassa os muros – Para os alunos do projeto, poder participar do Guamá Bilíngue é uma grande oportunidade para irem além da realidade local, expandindo seus conhecimentos além dos limites geográficos. “Além da língua, aprender um pouco da cultura e história de outros países é cativante, que faz com que sintamos cada vez mais curiosidade sobre eles”, diz o aluno Alex Cleiton Santiago.
Outro fator destacado, é a proximidade, proporcionada pelo curso, desses estudantes com os alunos da universidade, o que ajuda a abrir caminhos para que eles alcancem e vislumbrem a experiência do Ensino Superior. “Os universitários nos mostram como a realidade das universidades é acessível a todos”, conta Alex Cleiton.
Para Ana Clara Silva, participante do projeto e integrante do Emaús, a oportunidade é um privilégio e também um empurrão para o futuro. “Saber que um dia eles tiveram essa oportunidade que tive agora e estão lá me faz acreditar que eu posso conseguir também”.
Esta experiência é enriquecedora e capaz de transformar não somente a vida de quem é atendido pelo projeto, mas também por aqueles que participam como voluntários, que têm nesta vivência um grande desenvolvimento profissional.
“Ter contato com diversas formas de pensar, de agir, com pontos de vista diferentes, nos faz ter uma mente mais aberta aos demais, sem julgamentos, nem preconceitos, pois aprendemos a ‘tocar’ o mundo do outro com mais respeito, com mais humanidade, e isso, para minha formação, foi de uma experiência grandiosa”, lembra a monitora voluntária, Paula Celene Martins.
Texto: Rafael Miyake – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Divulgação Projeto