A programação do 38º Fórum de Dirigentes de Campi da Universidade Federal do Pará (UFPA), realizado no Campus Universitário de Tucuruí (Camtuc), foi encerrada no último sábado, 10 de agosto, com uma mesa-redonda com e Comissão de Equidade de Gênero (CEG) e a  síntese das discussões realizadas durante todo o evento para serem encaminhadas para as(os) dirigentes a fim de monitoramento e acompanhamento das ações de gestão.  A previsão é que a próxima edição do Fórum de Dirigentes de Campi ocorra no segundo semestre de 2025, no Campus Universitário de Bragança.

Na visão do vice-reitor da UFPA, Gilmar Pereira da Silva, o Fórum de Dirigentes de Campi representa um instrumento de gestão de grande aprendizado. “Estamos fisicamente distantes uns dos outros, mas, do ponto de vista da gestão e do cuidado, estamos muito pertos. Saímos de Tucuruí com muito aprendizado. Por vezes, a gestão está muito envolvida com a rotina e é somente saindo para diferentes campi que conseguimos refletir melhor sobre a Universidade do ponto de vista estratégico. A leitura de onde é preciso avançar torna-se mais ampla”, afirmou.

Além do vice-reitor, participaram da mesa final do Fórum de Dirigentes de Campi o coordenador-geral do Camtuc, professor Wassim Raja El Banna, e a professora Lucilena Tavares, que respondem pela presidência e vice-presidência do encontro, respectivamente; e Nádia Grings Batista, da Coordenadoria de Planejamento, Gestão e Avaliação (CPGA) do Campus Universitário de Altamira.

Equidade de gênero – A Comissão de Equidade de Gênero (CEG) foi a responsável em encerrar a programação geral do 38º Fórum de Dirigentes de Campi. A CEG desenvolve atividades no âmbito da graduação e da pós-graduação a fim de enfrentar assimetrias e discriminações de gênero na Universidade. 

Das 20 integrantes da comissão, seis lideraram as discussões realizadas no Auditório Horacio Schneider: Maria Lucilena Gonzaga Costa Tavares e Viviane Almeida dos Santos, do Campus Universitário de Tocantins/Cametá; Sheyla Farhayldes Souza Domingues, do Instituto de Medicina Veterinária; Maria Roseane Correa Pinto Lima, do Campus Universitário de Bragança; Flávia Cristina Silveira Lemos, da Pró-Reitoria de Extensão; e Roberta Helena Moraes Tillmann, da Pró-Reitoria de Administração.

“Nosso trabalho é combater a ideologia que, historicamente, privilegiou o homem”, disse a professora Lucilena Tavares. “Nós, mulheres, não queremos nos sobrepor aos homens, mas sim estar ao lado deles. Neste sentido, agradecemos à Administração Superior, que nos permite desenvolver ações para estabelecer a equidade entre homens e mulheres na UFPA”.

Entre os estigmas enfrentados pelas docentes, a professora Roseane Lima enfatizou, ainda, que um dos mais desafiadores é o rótulo “do interior”. “Muitas de nós não nasceram no interior do estado, mas se realocaram em busca de oportunidades de trabalho. Além de ir na contramão da natureza da UFPA, que é multicampi, não faz sentido desmerecer o trabalho das mulheres que moram fora de Belém”, afirmou.

Acolhimento – Como forma de melhorar o ambiente para que todos possam desenvolver as suas produções, independente de gênero, o Camtuc hoje conta com dois espaços de acolhimento às mulheres: o Espaço Acolher e o Espaço Mulher. Ambas as ações são fruto do Programa Mulheres e Meninas nas Engenharias.

“A estruturação desses ambientes tem sido importante para dar apoio às discentes que são mães, para que elas continuem seus estudos com a certeza de que suas(seus) filhas(os) estarão minimamente bem”, comentou a professora Viviane Santos. 

Ciente dos desafios encontrados pelas docentes e pelos estudantes no ambiente acadêmico e das soluções que vêm sendo trabalhadas no Campus Tucuruí,  o vice-reitor Gilmar Pereira completou: ”Percebemos que não é preciso muito para criar e manter ambientes de acolhimento, portanto vamos trabalhar para expandir a iniciativa para todos os campi”. Além do Campus Tucuruí, a oferta desses espaços de acolhimento também já está disponível nos campi de Cametá e Abaetetuba, e no Instituto de Educação (ICED), no Campus Guamá.