Caminhar por um lugar é, também, escutar o que ele tem a dizer. É com esse intuito que o Roteiros Geo-turísticos retorna à Orla de Icoaraci, no próximo dia 10 de maio, para mais uma jornada de descobertas na Vila Sorriso. Com concentração no Pontão do Cruzeiro, a ação é gratuita e aberta a todos os interessados em conhecer mais sobre a localidade, a partir de uma perspectiva educacional e patrimonial. As inscrições estão abertas via formulário virtual.
A programação é uma iniciativa da Fundação Escola Bosque Eidorfe Moreira (Funbosque), sob coordenação do professor Agnaldo Rabelo, e conta com a parceria do Grupo de Pesquisa de Geografia do Turismo da Universidade Federal do Pará (GGEOTUR/UFPA), liderado pela professora Maria Goretti Tavares.
De acordo com Agnaldo Rabelo, Belém ainda carece de políticas públicas efetivas para o reconhecimento e valorização do patrimônio histórico, tanto material quanto imaterial, elementos abordados durante os Roteiros Geo-Turísticos. Por este motivo, a proposta convida moradores e visitantes a olharem a paisagem com outros olhos: não apenas como cenário, mas como também território vivido, construído e carregado de memórias.
“O caminhar pelo bairro Cruzeiro permite que as pessoas acabem, de alguma forma, potencializando o seu interesse pela valorização do patrimônio histórico-cultural não somente dessa porção territorial de Icoaraci, mas também de Belém como um todo”, destaca o professor.
Além do percurso em Icoaraci, o Projeto Roteiros Geo-Turísticos já realizou ações em diversos bairros de Belém e também em cidades como Altamira, Cametá, Marabá, Itupiranga, Ananindeua, Vigia e Ponta de Pedras. Reconhecida nacionalmente, essa iniciativa já foi premiada inclusive pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), com o 29º Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, na categoria de iniciativas de excelência na promoção e gestão compartilhada do patrimônio.
Por toda a cidade – Atualmente, o Roteiros Geo-Turísticos conta com 11 roteiros fixos, entre eles os passeios pelos bairros Cidade Velha, Campina, Reduto, Umarizal e Batista Campos, além da Estrada de Nazaré, do Ver-o-Peso, Mosqueiro e outros espaços emblemáticos da capital paraense.
A atuação fora da região central é realizada por professores colaboradores, como José Carlos Cordovil, em Cametá; e Agnaldo Rabelo e Camila Pires, em Icoaraci e em Caratateua, popularmente conhecida como Ilha de Outeiro. Segundo o professor Agnaldo, a expectativa é, ainda este ano, realizar novamente uma edição em Caratateua, como forma de valorizar as experiências e as memórias de um território com imensa riqueza cultural:
“A ideia de retomar o roteiro em Caratateua é baseada na música do Racionais MC’s, Da Ponte pra Cá, e segue na proposta de quebrar os estigmas preconceituosos que permeiam as populações das zonas periféricas”, destaca.
As ações contam, ainda, com a participação de estudantes do ensino médio e da graduação, reforçando o compromisso do projeto com a integração entre ensino, pesquisa e extensão, e contribuindo para o fortalecimento de vínculos entre instituições públicas e comunidade.