Sociobioeconomia das cadeias produtivas de cacau e açaí é tema de evento na UFPA

A Universidade Federal do Pará (UFPA), por meio do Centro de Valorização de Compostos Bioativos da Amazônia (CVACBA), o Diálogos Pró-açaí e o Instituto Terroá promoveram o Workshop Sociobioeconomia das Cadeias Produtivas de Cacau e Açaí no âmbito do movimento Ciência e Vozes da Amazônia na COP 30. Com a participação de diferentes atores para discutir caminhos sustentáveis para a Amazônia, o evento ocorreu nos dias 10 e 11 de junho de 2025, como parte da programação de preparação para a COP 30, que será realizada em Belém do Pará.

“Em termos econômicos as duas cadeias produtivas do açaí e do cacau representam mais de 10 bilhões de reais por ano, com o envolvimento de mais de 950 mil famílias de agricultores, que simbolizam mais de 90% de toda a produção desses frutos. Isso também significa que essa produção merece atenção especial da nossa parte, se quisermos preservar o bioma em tempos de mudanças climáticas, principalmente quando remetemos às crises trazidas pelas secas de 2023 e 2024, que refletiram em queda de produtividade”, alerta o professor Hervé Rogez, diretor da Unidade EMBRAPII em Desenvolvimento Sustentável da Fruticultura na Amazônia (UFPA – Bioeconomia).

Segundo Rogez, por tudo isso, o workshop aborda não só as dimensões biológicas e econômicas, mas também sociais, das cadeias produtivas do cacau e do açaí, dois recursos estratégicos para a bioeconomia amazônica. É neste contexto que o encontro reúne pesquisadores, produtores, comunidades tradicionais, cooperativas, setor produtivo e gestores públicos, com objetivo de ser um espaço de diálogo e troca de conhecimentos, visando soluções inovadoras para o fortalecimento dessas cadeias.”Temos diferentes atores envolvidos e isso é muito interessante para abordar questões que são transdisciplinares”, reforça o pesquisador.

Já o reitor da Universidade Federal do Pará, Gilmar Pereira da Silva, que participou da mesa de abertura, na terça-feira (10), pontua a relevância do workshop como contribuição para o avanço do conhecimento e das práticas sustentáveis na Amazônia. “Queremos fortalecer as redes de colaboração essenciais para o desenvolvimento da região. Neste momento pré-COP30, temos uma diversidade de vozes e ideias que se encontram nesse objetivo comum de tornar nosso planeta mais sustentável”, acentua.

Em sua participação, Gedielcio Oliveira, assessor técnico da Cooperativa Central de Produção Orgânica da Transamazônica e Xingu (CEPOTX), destacou que “esta é uma oportunidade não só de assumir compromissos, mas também de discutir novas ideias em relação ao futuro da conexão entre as cadeias produtivas do cacau e do açaí na região”.

O evento é realizado no Auditório H1 (Bloco H) da Universidade Federal do Pará – Setor Básico, e conta com apoio do movimento Ciência e Vozes da Amazônia na COP30. “Este encontro ocorre em um momento estratégico para o nosso país e para o mundo. Em novembro de 2025, Belém sedia a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre o Clima, para a qual nos mobilizamos por meio do movimento Ciência e Vozes da Amazônia. Entre as estratégias que fortalecem essa visão está o investimento em sociobioeconomia, uma abordagem que alia conservação da biodiversidade com geração de renda e valorização cultural”, ressalta Leandro Juen, membro da Comissão executiva do movimento.

Segundo Juen, “a sociobioeconomia é essencial para construirmos um modelo de desenvolvimento justo, inclusivo e duradouro para a Amazônia. Valorizando o trabalho coletivo, o manejo tradicional, o conhecimento passado de geração em geração. É gerar renda sem destruir. É conservar produzindo”, enfatiza.

A programação do workshop segue nesta quarta-feira, com palestras e mesas redondas, voltadas a estudantes de graduação e pós-graduação interessados nas áreas de bioeconomia, sociobiodiversidade e sustentabilidade; a profissionais atuantes nas cadeias produtivas do cacau e do açaí, como pesquisadores, técnicos, extensionistas e gestores públicos; e, principalmente, a pequenos produtores rurais e integrantes de comunidades tradicionais que fazem parte ativa dessas cadeias.

Assista ao vídeo da programação nas redes.

Leia mais:

TEXTO: Ana Teresa Brasil – Assessoria de Comunicação do Movimento Ciência e Vozes da Amazônia na COP30

FOTOS: Divulgação CVACBA

Relação com os ODS da ONU:

ODS 2 - Fome Zero e Agricultura SustentávelODS 4 - Educação de QualidadeODS 11 - Cidades e Comunidades SustentáveisODS 12 - Consumo e Produção Responsáveis

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