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TAMANHO DA FONTE

Telessaúde UFPA realiza webconferência sobre a importância de ações de rastreamento

O controle dos cânceres de mama e de colo do útero é um desafio para as políticas de saúde voltadas para as mulheres. Ao mesmo tempo que apresentam um quadro de alta incidência, esses tipos de câncer mais comuns do sexo feminino têm significativas chances de sucesso na prevenção, no tratamento, e mesmo de cura, quando detectados precocemente. Por serem frequentes e apresentarem taxas de mortalidade altas no contexto brasileiro, essas neoplasias estão no foco de políticas públicas de controle do câncer, com lugar de destaque no Sistema Único de Saúde (SUS) e no Pacto pela Vida, e serão tema de uma webconferência do Programa Telessaúde UFPA que será realizada nesta quinta-feira, 26 de outubro.

Ao mesmo tempo que representa um grande desafio, o controle dos tumores de mama e de colo uterino conta com importantes aliadas: as políticas de rastreamento populacional e as ações de prevenção, que avançam largamente no Brasil. No campo da pesquisa científica e das políticas públicas, novos conhecimentos surgem a cada dia, em um conjunto de esforços que abre caminho para que a queda de mortalidade por essas doenças se torne uma realidade cada vez mais próxima.

Para o controle dos tumores de mama e do colo de útero, há políticas de rastreamento populacional fundamentais para a saúde da mulher. O rastreamento é a ação de examinar mulheres saudáveis, em um grupo etário definido, segundo protocolos internacionais respaldados cientificamente. Essas estratégias de rastreamento para tumores de mama e câncer de colo de útero estão disponíveis na Rede Básica de Atenção, e a cobertura do Programa de Saúde da Família (PSF) tem avançado, de forma contínua, no território brasileiro, tendo esses profissionais um papel relevante tanto na prevenção, pelo esclarecimento sobre fatores de risco e pelo fomento a hábitos de vida saudáveis, quanto na adesão das mulheres aos exames de rastreamento.

Rastreamento em mama – Desde 2004, o Brasil conta com o Consenso para Controle do Câncer de Mama, documento elaborado por gestores, ONGs, sociedades médicas e universidades. A publicação indica, como principais estratégias de rastreamento populacional, a realização do exame clínico anual das mamas, para mulheres com mais de 40 anos de idade, e de um exame mamográfico a cada dois anos, para mulheres de 50 a 69 anos de idade. O exame clínico da mama deve ser realizado em todas as mulheres que procuram o serviço de saúde, independentemente da faixa etária, como parte do atendimento à saúde em geral. Para mulheres de grupos de risco elevado para o câncer de mama (com história familiar de câncer de mama em parentes de primeiro grau, por exemplo), é indicada a realização do exame clínico da mama e a mamografia, anualmente, a partir de 35 anos.

Apesar de não substituir o exame clínico realizado por profissional de saúde capacitado, o autoexame das mamas também ajuda o conhecimento do corpo, entendido no contexto das ações de educação para a saúde. No Brasil, a oferta de mamografia tem aumentado linearmente, com um acréscimo de cerca de 200 mil exames todos os anos. Em 2008, 2,6 milhões de exames de mamografia foram realizados.

Rastreamento em colo de útero – No Brasil, a realização do exame citopatológico é a estratégia de rastreamento recomendada pelo Ministério da Saúde, prioritariamente para mulheres de 25 a 59 anos de idade. A periodicidade preconizada para o exame Papanicolaou, disponível em Unidades de Atenção Básica do SUS, é, inicialmente, um exame por ano.

No caso de dois resultados normais seguidos, o exame deverá ser repetido a cada três anos. Estima-se que seja possível obter uma redução de cerca de 80% da mortalidade por esse câncer, mediante as ações de rastreamento.

O Chile é o único país da América que também adota políticas de rastreamento. O Programa de Controle de Câncer de Colo de Útero naquele país, iniciado há 22 anos, já obtém impactos positivos: de 1990 a 2007, as taxas de mortalidade caíram de 11.8 para 7.6 a cada 100 mil mulheres. Segundo Marta Prieto, coordenadora dos Programas Nacionais de Câncer de Mama e de Colo de Útero no Chile, um dos pontos fundamentais para o sucesso do programa no país foi a estruturação da Rede de Atenção Básica. “No contexto da América Latina, permanece, como desafio, a necessidade de reforçar e apoiar o desenvolvimento de Programas de Controle de Câncer de Mama e de Colo de Útero”, afirma.

No Brasil, é grande o desafio do controle do câncer de colo de útero na Região Norte. A mortalidade por essa neoplasia é duas vezes maior no Norte que no Sudeste e a incidência é quase o dobro. “A mortalidade e a incidência têm crescido ano a ano, longe de diminuir, como já se vê em algumas capitais do Sul e Sudeste. A ideia é concentrar esforços nas principais cidades do Norte, como Manaus e Belém, para que cada mulher realize, sistematicamente,  o exame de rastreamento”, descreve o coordenador de Ações Estratégicas do INCA, Amâncio Carvalho.

Texto e arte: Comunicação Telessaúde

Relação com os ODS da ONU:

ODS 3 - Saúde e Bem-Estar

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