Transição energética justa, tecnologia socioambiental arquitetônica e falas da juventude marcam o sábado no estande da UFPA na COP 30

Em um dia repleto de debates estratégicos com a presença de especialistas nacionais e internacionais, a programação da UFPA na Zona Azul da COP 30, no último sábado, 15, contou com uma série de painéis voltados à transição justa, à bioeconomia amazônica e ao uso de tecnologia e governança inclusiva.

As atividades reuniram pesquisadores, representantes de organizações internacionais, especialistas em sustentabilidade e lideranças de diferentes setores produtivos. O primeiro painel do dia teve como tema “Trading Fairly in a Warming World: Embedding Just Transition Principles in Trade Agreements and Redirecting CBAM Revenues toward Global Resilience”, ou “Comércio justo em um mundo em aquecimento: incorporando princípios de transição justa em acordos comerciais e redirecionando as receitas da CBAM para a resiliência global”, organizado pela British University in Egypt ou Universidade Britânica no Egito (BUE). 

A moderação foi de Sarah El Khishin (BUE), com participação de Mariana de Matos (UFPA), Petra Minnerop (Durham Centre for Sustainable Development Law Policy) e Mustafa Kamran (Durham University), e apresentação especial do ministro de finanças do Egito, Ahmed Kouchouck. “O debate abordou como princípios de transição justa podem ser incorporados aos acordos comerciais e como receitas provenientes do Mecanismo de Ajuste de Carbono na Fronteira (CBAM) podem fortalecer a resiliência global”, explica a professora de Direito Mariana de Matos (UFPA).

Na sequência, os convidados participaram do Painel “From Basins to Bytes: Harnessing Technology, Indigenous Knowledge, and Inclusive Governance for Climate-Resilient Water and Food Systems”. Em tradução para o português, o debate abordou a temática “Das bacias hidrográficas aos bytes: aproveitando a tecnologia, o conhecimento indígena e a governança inclusiva para sistemas de água e alimentos resilientes às mudanças climáticas”. A mesa, também moderada por Sarah El Khishin, reuniu Leyla Hasanova (COP29 Presidency Youth Climate Champion), Mariana de Matos (UFPA) e Olga Derendiaeva (Sun Yat-sen University).

O painel seguinte trouxe o debate franco-brasileiro “Palafitas: viver com água na Amazônia / Palafitas: vivre avec l’eau en Amazonie”. A moderação foi de José Júlio Lima (UFPA), que conduziu os diálogos com André Barra (pres. Ordem dos Arquitetos da França – Guiana Francesa), Caroline Marie-Calixte (Ordem dos Arquitetos da França – Guiana Francesa) e Matheus Vieira (Laboratório da Cidade), explorando soluções arquitetônicas e sociais para a vida em territórios alagáveis.

A agenda seguiu com o Painel “Instrumentos financeiros para bioeconomia amazônica”, moderado por Filipe Saraiva. Participaram Túlio Dias (Sustentabilidade da Agropalma), Rodrigo Castro (Fundação Solidaridad) e Jennifer Naomi Eaglin (The Ohio State University).

No debate seguinte, “Transição justa dos combustíveis fósseis e cadeias de baixo carbono”, a moderação foi de Filipe Saraiva. A mesa reuniu Andressa Dias (Earthworm Foundation), Jane Lino (Proforest) e Renato Camargo (Hummingbirds Brasil), discutindo desafios práticos para a redução de carbono nas cadeias produtivas. Já o Painel “Trabalhadores na transição verde: segurança, qualificação e renda” aprofundou o tema, sob moderação de Leandro Juen (Cisam/UFPA). Participaram Túlio Dias (Agropalma) e Marina Ferro, diretora-executiva do InPacto, destacando os impactos da transição no mundo do trabalho.

Encerrando o dia, foi realizado o “Café com conexões: energia, indústria e conservação da natureza”. A sessão, moderada por José Júlio Lima (UFPA), reuniu Juliana Durazzo Marra (ABIPLA-Unilever) e Giuliana Franco Rodrigues (Relações Governamentais – Natura). 

O conjunto das atividades do sábado aponta para um esforço integrado entre a UFPA e outras instituições nacionais e internacionais, para ampliar a compreensão sobre justiça climática, inovação, direitos sociais, bioeconomia e governança, fortalecendo pontes entre academia, setor privado, organizações internacionais e comunidades tradicionais.

TEXTO: Ana Teresa Brasil - Ascom Ciência e Vozes da Amazônia

FOTOS: Rafael Miyake e Wallace Albuquerque - Ascom Ciência e Vozes da Amazônia

Relação com os ODS da ONU:

ODS 4 - Educação de QualidadeODS 13 - Ação Contra a Mudança Global do ClimaODS 17 - Parcerias e Meios de Implementação

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