Durante a programação da Cúpula dos Povos da Amazônia, a Universidade Federal do Pará (UFPA) está recebendo uma grande feira de artesanato e agricultura familiar, com o objetivo de valorizar os saberes tradicionais, incentivar práticas sustentáveis e fomentar a bioeconomia na região. A atividade integra a programação que ocorre na Universidade, reunindo produtores, associações e artesãos da Região Norte do país, em um espaço de trocas e comercialização de produtos agroecológicos e sustentáveis.
A feira oferece ao público a oportunidade de conhecer e adquirir produtos cultivados e produzidos de forma sustentável, como alimentos orgânicos, óleos, ervas medicinais, comidas típicas, doces de castanhas, biojoias, cerâmicas e peças artesanais que refletem a identidade cultural das comunidades amazônicas. Além de divulgar a produção regional, a iniciativa fortalece e promove geração de renda e autonomia para agricultores familiares, extrativistas e comunidades tradicionais.
Maria Bonfim, expositora de biojoias que preside a Federação do Artesanato no estado de Tocantins, relata a oportunidade de expor os seus produtos na feira: “Eu acho muito importante essa abertura, até para as pessoas terem a oportunidade de mostrar os seus produtos, mostrar que o pequeno agricultor consegue produzir sim, e tendo essa oportunidade de passar nossos produtos, apresentando e fazendo com que a comunidade consiga adquirir uma mercadoria um pouco mais natural, porque hoje a gente quase não acha”.
A bioeconomia vem ganhando cada vez mais espaço na economia local e contribui para o desenvolvimento regional, gerando renda e oportunidades para diversas famílias e comunidades. “Dentro da comunidade onde os produtos são feitos, é uma renda, né. Lá dentro não tem emprego para as pessoas, então todo mundo vai trabalhar fora. Então eu achei bom a gente fazer sabonete de erva, que, além de ser natural, ainda ganha um dinheirinho”, comenta Sueli Barros, artesã quilombola da Ilha de São Vicente e representante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) de Marabá. Como diversos outros produtores, Sueli utiliza matérias-primas de suas localidades. No caso dela, uma variedade de ervas e temperos, como alecrim, açafrão, canela, mel, coco e até mesmo a casca do coco.
Além de acessórios e joias artesanais, a feira também traz produções que são resultado da agricultura familiar. É o caso de Edgar Santos, de Santa Izabel, que atua dentro da Universidade há quase dez anos: “A gente produz vários tipos de produtos: couve, alface, jambu desidratado, macaxeira etc. Somos umas vinte famílias que trabalham aqui, na Universidade.”
Taciane Reis, participante do evento, impressionou-se com a variedade de produtos: “Muitos são produtos de fora de Belém, o que mostra a riqueza da nossa diversidade amazônica nos artesanatos, nas comidas, em tudo. Tem colar de caroço de açaí, de capim, e eu pretendo vir mais dias para conseguir olhar tudo”, afirma.
A feira fortalece e incentiva a valorização da cultura e da variedade de produtos da região amazônica e pode ser visitada durante toda a Cúpula dos Povos, das 8h às 22h, até o dia 16 de novembro, na UFPA.
