A Universidade Federal do Pará (UFPA) está entre as quatro novas instituições credenciadas como unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), organização social vinculada ao governo federal que atua em cooperação com instituições de pesquisa para atender ao setor empresarial, com o objetivo de fomentar a inovação na indústria. A assinatura do termo de cooperação ocorreu na terça-feira, 30 de maio, em solenidade realizada durante o evento Inova+ Indústria Digital e Sustentável, no Campus Guamá.
Além da UFPA, a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), a Universidade Federal do Tocantins (UFT) e o Instituto Senai de Inovação (ISI) em Tecnologias Minerais também foram habilitados. Essas são as novas unidades Embrapii instaladas no Norte do Brasil, uma ação resultado de parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES). O objetivo é o desenvolvimento tecnológico da região, com foco especialmente em ações de sustentabilidade.
“Nós temos a convicção de que não conseguiremos construir um futuro para a Amazônia com desenvolvimento sustentável e qualidade de vida para sua população sem ciência, sem tecnologia e sem inovação. Mais do que outras regiões, a Amazônia depende desse tripé para desenhar o seu futuro”, avaliou o reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho, que também refletiu sobre a necessidade de pensar a bioeconomia com foco no desenvolvimento local. “O conceito de bioeconomia pode significar muitos diferentes arranjos econômicos, por isso precisamos pensar formatos verdadeiramente conectados com as necessidades do nosso povo e da nossa região. É papel da Universidade debater as diferentes visões sobre o tema, com foco na sua potencial contribuição para o desenvolvimento dos povos da Amazônia, com inclusão social”, propôs.
Em seu discurso, a reitora da Ufopa, Aldenize Xavier, falou sobre o histórico e a importância da instituição que dirige e destacou o valor do investimento em educação. “A Ufopa, há 13 anos, era um campus da UFPA e da UFRA, havia em torno de 50 professores e 300 alunos. Hoje, somos 8.000 alunos, mais de mil servidores espalhados em sete municípios. Isso mostra o poder que o Estado tem de transformar realidades quando faz investimentos, por isso este projeto é tão importante para a nossa região. O investimento é essencial para a Amazônia”, defendeu a reitora referindo-se à habilitação recebida.
Os centros de pesquisa atuarão, com o setor industrial, no desenvolvimento de projetos de inovação em áreas como tecnologias de produtos florestais amazônicos, desenvolvimento sustentável da fruticultura na Amazônia e economia circular na mineração. O investimento total será de R$9,6 milhões para o desenvolvimento de projetos na área de Bioeconomia Florestal e Economia Circular.
Representando a Universidade Federal do Tocantins (UFT), o pró-reitor de Tecnologia da Informação e Comunicação, Ary Henrique de Oliveira, destacou a importância do momento para a instituição e para o desenvolvimento do seu estado de origem. “A UFT, este ano, completa 20 anos de história e esta oportunidade de celebrar com a implantação da primeira unidade da Embrapii no estado nos dá bastante empolgação. Temos certeza que ganharemos muito em desenvolvimento, principalmente na parte industrial. Já trabalhamos bastante com bioinsumos e biotecnologia, mas esse incentivo a mais nos coloca em patamar mais elevado”, projetou o pró-reitor que será coordenador local da nova unidade.
Para o diretor Regional do Senai Pará, Dário Antônio Bastos de Lemos, o credenciamento do Instituto Senai de Inovação em Tecnologias Minerais (ISI-TM) pela Embrapii fortalece a inovação na Região Norte do país. “É uma conquista que nos dá a oportunidade de trabalhar o desenvolvimento da região amazônica através da economia circular, dentro do conceito da sustentabilidade, alinhado com o que os demais Institutos Senai realizam em todo o Brasil”, disse o diretor.
Foco na Região Norte – O credenciamento das novas unidades foi publicado em dezembro de 2022 e foi realizado por meio de parceria entre a Embrapii, o BNDES e o MEC. Agora, as assinaturas dos termos de cooperação garantem o início do funcionamento das atividades. O credenciamento é o que permite ao centro de pesquisa a inserção no ecossistema Embrapii de inovação garantindo o impulso no desenvolvimento de tecnologias apoiadas com recursos não reembolsáveis.
“Estamos habilitando quatro novas unidades Embrapii para atuar aqui, na região, e em todo o Brasil. Com isso, as empresas terão uma proximidade maior com o conjunto de unidades capacitadas a oferecer soluções tecnológicas que gerem produtos e processos mais inovadores”, destacou Fábio Stallivieri, diretor interino de Planejamento e Relações Institucionais da Embrapii.
A Embrapii já apoiou 35 empresas da Região Norte no desenvolvimento de um total de 52 projetos de inovação tecnológica. Destes, 15 estão concluídos e resultaram em oito pedidos de propriedade intelectual. O investimento alavancado chegou a R$ 89,13 milhões.
“A ideia de lançar uma chamada pública para credenciamento de novas unidades específicas para a Região Norte surgiu das tratativas e acabou sendo uma condição contratual quando a gente viu que, na época, das 73 unidades Embrapii existentes, apenas duas eram da Região Norte. É muito satisfatório ver esse número crescer e se multiplicar em função dessa parceria”, apontou a gerente do Departamento de Gestão do Fundo Amazônia do BNDES, Thaissa Ferreira Sousa.
Unidade UFPA – A unidade Embrapii da UFPA terá atuação focada no desenvolvimento sustentável da cultura de frutas na Amazônia. A equipe é composta por 33 doutores e sete mestres. O grupo atua no desenvolvimento de métodos adequados para o processamento do açaí e, mais recentemente, na produção de cacau na Amazônia. A infraestrutura inclui seis laboratórios, com mais de 5,4 mil m² no total.
Texto: Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA, com informações da Coordenadoria Relacionamento com a imprensa da Embrapii
Fotos: Alexandre de Moraes – Ascom/UFPA