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TAMANHO DA FONTE

UFPA lança projeto sobre mudanças climáticas com Embaixada da França e outros parceiros

A Universidade Federal do Pará (UFPA), com a Embaixada da França, o Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD) e o Centro de Cooperação Internacional de Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad) lançaram, no último mês, o Projeto Fefaccion – Mudanças climáticas: Agindo juntos na Amazônia. O objetivo da realização é estruturar, racionalizar e transferir para a sociedade a pesquisa e as ações realizadas pela equipe francesa e pelos seus parceiros brasileiros sobre os desafios das mudanças climáticas e dos seus impactos na Bacia Amazônica brasileira, que inclui os estados do Pará, Amazonas e Amapá.

O lançamento do projeto contou com a presença do reitor da UFPA, Emmanuel Tourinho, do embaixador da França, Emmanuel Lenain; da reitora da Universidade Federal da Amazônia (Ufra), Herdjania Lima; e da conselheira-adjunta de Cooperação e Ação Cultural da Embaixada da França no Brasil, Sra. Sophie Jacquel. “Nós temos vivido um debate intenso sobre o que deve ser no futuro da Amazônia, o que precisa ser feito na Amazônia, não apenas pela Amazônia, mas pelo país e pelo planeta dado o papel da nossa região, e aqui temos uma obrigação especial como instituição sediada na Amazônia, com naturalidade na região, com interação permanente com a população”, ressaltou o reitor da UFPA, Emmanuel Tourinho. 

O reitor lembrou, ainda, que “as universidades da Amazônia têm procurado desenvolver uma agenda de pesquisa que seja de relevância para a ciência internacional, que seja capaz de dar uma contribuição para a conservação do bioma e para tudo o que possa importar para o enfrentamento da crise climática, mas com o viés particular, que é pensar sempre no que se passa com as populações que aqui vivem e o que pode ser feito pela sobrevivência e pelo desenvolvimento social dessas populações”.

O projeto é uma realização em conjunto com mais de 30 parceiros brasileiros: universidades, instituições de pesquisa, ONGs, prefeituras etc.

Foto do embaixador da França, Emmanuel Lenain. Homem branco, com cabelos brancos e olhos azuis. Ele usa terno azul, blusa branca, gravata azul e óculos de armação transparente e formato oval. No seu terno, há um boton com as bandeiras do Brasil e da França entrelaçadas.

Projeto Fefaccion – O Fond Equipe France é um instrumento do Ministério da Europa e Assuntos Exteriores (MEAE) da França que dá apoio a projetos concretos de ações de terreno com impactos rápidos para as populações locais. O projeto visa compreender as interações entre os diferentes territórios dos estados da Bacia Amazônica, favorecer os intercâmbios entre esses territórios, desenvolver as redes de pesquisa de parceiros franco-brasileiros já existentes, capacitar a próxima geração de jovens, produtores, estudantes pesquisadores, agentes comunitários e tomadores de decisão por meio de programas baseados na “ciência amazônica”. 

“É um projeto muito importante que participa do fortalecimento e colaboração entre os nossos dois países para lutar contra essas mudanças climáticas na Amazônia, especificamente no Pará, no Amapá e no Amazonas. Os efeitos das mudanças climáticas, a gente percebe especificamente no Brasil. Vimos isso recentemente no Rio Grande do Sul, o que deixou o mundo inteiro muito triste. Especialmente por isso que os dois presidentes, do Brasil e da França, querem fortalecer a parceria entre os dois países”, enfatizou o embaixador da França, Emmanuel Lenain.  

Iniciado em abril de 2024, o projeto seguirá até dezembro de 2025, financiando mais de trinta ações de capacitação, ateliês científicos e eventos de divulgação científica, também investindo em equipamento científico. As ações serão realizadas principalmente nos estados do Pará, Amazonas e Amapá, além dos estados do Mato Grosso e Tocantins.  A gestão do projeto é feita pela embaixada da França no Brasil, no IRD e no CIRAD.

As três linhas de atuação principais serão: Componente 1 – Formação em ferramentas de observação e apoio à gestão dos recursos reforçando a interface entre a pesquisa científica, a sociedade e as expectativas socioeconômicas; Componente 2 – criação de um diálogo e de uma reflexão cruzada entre os pesquisadores brasileiros e franceses, compartilhamento dos resultados da pesquisa no meio da comunidade científica e divulgação dos conhecimentos junto dos tomadores de decisões e da sociedade civil;  Componente 3 – Apoio a projetos de pesquisa e de desenvolvimento, mobilidade de estudantes e envolvimento de jovens nas mudanças climáticas e seus impactos na Amazônia. 

Centro Integrado da Sociobiodiversidade Amazônica – Durante o evento, o reitor Emmanuel Tourinho aproveitou para falar sobre a importância do Centro Integrado da Sociobiodiversidade Amazônica (Cisam) e convidar as instituições francesas para o desenvolvimento de novas parcerias. “Eu acho que é uma iniciativa que se integra a esta cooperação que se inicia hoje. A criação do Centro Integrado da Sociobiodiversidade da Amazônia é um esforço de treze universidades federais sediadas na Amazônia, com campus em mais de uma centena de municípios dessa região, as quais, lideradas  pela UFPA, constituíram este centro, o Cisam, que deu origem a oito redes de pesquisa em áreas temáticas para a conservação e o desenvolvimento da Amazônia”, argumentou Emmanuel Tourinho.  

O centro tem como foco oito áreas temáticas e visa integrar e fortalecer os grupos de pesquisa instalados na região, consolidando e potencializando as competências e experiências de pesquisa da Amazônia na própria Amazônia. De acordo com o reitor, a ideia é que, no âmbito dessas oito áreas temáticas, seja possível não somente a produção de conhecimento, mas também a transferência desse conhecimento para setores da sociedade que efetivamente se importem com a vida dos amazônidas. 

As áreas temáticas do Cisam incluem biodiversidade em conservação, monitoramento da floresta, dos rios, do solo e do clima, contaminação ambiental e saúde do amazônida, oceano e foz do Amazonas, dinâmicas socioeconômicas territoriais e fundiárias na Amazônia, populações e povos da Amazônia, cidades vilas e territórios da Amazônia e inovação socioeconomia e sustentável.

Programação – Durante o lançamento do Fefaccion, houve uma roda de conversa com o tema “Cooperação científica do ponto de vista dos parceiros do projeto, as mudanças climáticas na Amazônia e os seus impactos”, do qual alguns parceiros que fazem parte do projeto participaram, como Lucidio Paes, prefeito de Paragominas; Jaqueline de Carvalho Peçanha, ex-diretora geral do Programa Municípios Verdes; o professor Gabriel Resque, do Instituto Socioambiental e dos Recursos Hídricos da Ufra; Laurent Polidori,  do Instituto de Geociência da UFPA; professor Cristiano Martins, diretor-adjunto do Instituto de Geociência da UFPA; Walkymário Lemos, chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental; Homero Reis de Melo Junior, superintendente de Belém do Serviço Geológico do Brasil.

Os participantes também realizaram uma visita técnica à ilha de Tatuoca. A ilha abriga um dos dois observatórios magnéticos do Brasil, que permite a observação do movimento do equador magnético. 

TEXTO: Nilmara Melo - Assessoria de Comunicação Institucional do Pará

FOTOS: Oswaldo Forte

Relação com os ODS da ONU:

ODS 13 - Ação Contra a Mudança Global do ClimaODS 14 - Vida na ÁguaODS 15 - Vida Terrestre

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