A Universidade Federal do Pará marcou presença na Conferência de Alto Nível das Nações Unidas sobre Segurança Humana e Justiça Climática realizada pelo Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), em parceria com o Comitê Permanente da América Latina para a Prevenção do Crime (Coplad). O evento faz parte da mobilização para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, a COP 30, e reuniu autoridades nacionais e internacionais no Teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas, nessa segunda-feira, dia 7 de abril.
A UFPA integrou a Comissão Científica do evento, composta por três professores do Instituto de Ciências Jurídicas – Maria Stela Silva, Ana Cláudia Pinho e Marcus Alan Gomes – além do professor da Universidade de São Paulo (USP) Demetrius Nichele Macei. A comissão foi responsável pela revisão do relatório apresentado no final do encontro. “Nós estamos aqui para ouvir, principalmente, todas as discussões que estão sendo travadas em nível mundial, em relação à segurança humana, e, por essa razão, é muito importante que façamos essa escuta ativa e também nos manifestemos, já que estamos interagindo com esses atores internacionais que discutem essa matéria em todo o mundo”, afirmou a professora Maria Stela Silva, que também é coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Direito e Desenvolvimento na Amazônia (PPGDDA).
No espaço de acesso ao teatro, a UFPA também montou um estande apresentando ao público informações relevantes sobre o Movimento Ciência e Vozes da Amazônia. Desde o seu lançamento, em 5 de fevereiro, ações descentralizadas têm sido a grande marca da iniciativa. Além disso, projetos e grupos de pesquisa da área do Direito foram divulgados na ocasião. “É muito importante que pesquisadores, lideranças, autoridades e representantes da sociedade civil possam ter espaço em eventos como esse para fazer parte da discussão de temas pertinentes como a proteção da biodiversidade, das pessoas que vivem nas áreas de floresta, dar voz aos defensores de direitos humanos”, enfatizou a professora Ana Cláudia Pinho, que também defendeu a importância do debate sobre o tema da justiça climática.
“Há uma interconexão deste com tantos assuntos, como a questão de gênero, o racismo ambiental e outros problemas. Isso demonstra a importância de estarmos aqui fazendo este debate, pois, infelizmente, este cenário de emergências climáticas que se evidenciam cada dia mais envolve situações muito graves e requer uma resposta cada vez mais efetiva e que isso possa vir daqui, da Amazônia”, refletiu.

Entre as autoridades presentes no encontro, estiveram o governador do estado, Helder Barbalho, que presidiu a conferência; o procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), César Bechara Nader Mattar Júnio; e o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Edson Fachin, presidente de honra, que ressaltou a necessidade de soluções conjuntas para combater o aquecimento global que está em curso.
Também tiveram destaque as representantes internacionais Katerine Muñoz Subía, ministra da Suprema Corte de Justiça do Equador, e Emma Torres, vice-presidente para as Américas e chefe do escritório de Nova York da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável, além do professor aposentado da UFPA e coordenador-geral da conferência, Edmundo Oliveira, do Comitê Permanente de América Latina para a Prevenção do Crime (Coplad), Programa do Instituto da ONU para a América Latina (Ilanud), com sede em San José, Costa Rica.