UFPA promove debate sobre desenvolvimento e mudanças climáticas em áreas protegidas e terras ancestrais

Durante a programação da COP 30 da UFPA, que ocorre em paralelo às zonas oficiais, o Debate “Desenvolvimento, sustentabilidade e mudanças climáticas em Unidades de Conservação – Áreas protegidas e terras ancestrais” reuniu pesquisadores, gestores e representantes de povos originários para refletir sobre o futuro da Amazônia. Em meio às discussões globais sobre clima, o encontro destacou a importância das Unidades de Conservação como espaços de proteção ambiental e de preservação cultural, em que diferentes formas de conhecimento se encontram para pensar alternativas de desenvolvimento que respeitem a vida e os territórios.

O debate teve como foco destacar a importância das Unidades de Conservação na defesa do meio ambiente e no enfrentamento das mudanças climáticas, além de promover o diálogo entre saberes científicos e ancestrais. “A gente veio pra cá representando o povo indígena Munduruku, que também está ciente e acompanhando os resultados esperados da COP 30. A gente acredita que a única saída é a proteção e a resistência do território, porque lá temos mais de 225 mil hectares preservados e conservados pela própria população indígena”, conta Haroldo Poxo Munduruku, coordenador local da Associação Indígena Topag̃a Emanẽyũ.

Presente na mesa de debate, o professor José Bittencourt da Silva destacou que, nessas áreas protegidas e em terras ancestrais, as discussões enfatizaram os desafios de conciliar desenvolvimento econômico e sustentabilidade, considerando as pressões que atingem ecossistemas sensíveis e populações tradicionais. “O debate sobre sustentabilidade tem sido capturado por discursos que tentam conciliar, de forma abstrata, crescimento econômico contínuo e preservação ambiental. Essa retórica esvazia o conceito de sustentabilidade e converge em instrumento de legitimação de práticas que mantêm os mesmos padrões de predação, exploração e desigualdade social”, comentou o docente.

De acordo com o professor, a produção do conhecimento na Universidade é essencial para construir alternativas de desenvolvimento que aliem justiça social, sustentabilidade e valorização dos saberes locais. “O papel da Universidade não é simplesmente reproduzir as represas estabelecidas ou legitimar os discursos hegemônicos, mas interrogar o mundo, compreender suas contradições e revelar as estruturas históricas que sustentam desigualdades e injustiças”, afirma.

Haroldo Munduruku destacou a importância da aproximação entre as comunidades indígenas e as instituições de ensino e pesquisa, ressaltando o potencial desse diálogo. “Essa parceria vai contribuir conosco, porque eles vão entrar em contato e apoiar as discussões sobre o clima. Isso pode ajudar o povo Munduruku de uma forma positiva. A Universidade também traz iniciativas de sustentabilidade para os povos indígenas”, conclui.

TEXTO: Evelyn Ludovina - Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA

FOTOS: Alexandre de Moraes - Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA

Relação com os ODS da ONU:

ODS 11 - Cidades e Comunidades SustentáveisODS 13 - Ação Contra a Mudança Global do Clima

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