Em alusão ao Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado neste 5 de junho, a Prefeitura Multicampi da Universidade Federal do Pará (UFPA) realizou, na última terça-feira (4), uma programação especial no Campus Guamá, integrando a Semana Nacional do Meio Ambiente. O evento teve como tema “Emergência Climática: Refletindo sobre as soluções baseadas na natureza” e mobilizou a comunidade acadêmica em uma série de atividades nos Bosques Benito Calzavara, Camillo Vianna e Paulo Cavalcante.
A programação contou com apresentação musical promovida pela Pró-Reitoria de Extensão (Proex), além de um café da manhã coletivo. Também houve ações de saúde, o transplante de árvores para o Parque da Cidade e a entrega de certificados aos voluntários do Trote Solidário e Sustentável 2025, destacando o compromisso da universidade com práticas socioambientais responsáveis.
Durante a abertura do evento, a vice-reitora da UFPA, Loiane Prado Verbicaro, destacou a relevância das ações ambientais no atual cenário de crise climática global. “Precisamos transformar nossos campi em espaços de práticas sustentáveis e educativas. A universidade tem o dever de inspirar esses debates e ações. Estamos no centro das discussões ambientais do mundo e pensar o futuro do planeta é, necessariamente, pensar a Amazônia”, defendeu Verbicaro.


A escolha dos bosques do Campus Guamá para sediar as atividades reforçou a proposta de aproximar a comunidade acadêmica da natureza e fomentar reflexões sobre a conservação ambiental e o uso sustentável dos recursos naturais. Para o prefeito Multicampi da UFPA, Eliomar Azevedo, o evento reforça o papel estratégico da universidade na proteção ambiental: “Nosso objetivo é consolidar o campus como um espaço educativo, onde estudantes, técnicos e professores possam vivenciar experiências que estimulem a responsabilidade socioambiental. A mobilização de hoje demonstra o quanto a UFPA está comprometida com a formação de uma consciência ecológica sólida”, afirmou.
Além das ações práticas e culturais, o evento também foi uma oportunidade para dialogar sobre a importância das soluções baseadas na natureza como estratégias fundamentais para mitigar os impactos das mudanças climáticas, promovendo o equilíbrio entre desenvolvimento humano e preservação ambiental.
“É fundamental reforçar que o ser humano é parte integrante do meio ambiente, assim como a flora, a fauna e todos os ecossistemas que nos cercam. A fisiologia nos ensina que nossos sistemas vitais estão intimamente conectados às condições ambientais. A qualidade do ar que respiramos, da água que consumimos e dos alimentos que ingerimos afeta diretamente nossa saúde e bem-estar. Somos um todo”, disse a professora do curso de Farmácia, Maria Lúcia Siqueira, responsável pela condução das ações de saúde promovidas.




Práticas inspiradoras – Entre as experiências desenvolvidas na UFPA está o projeto Janelas Ambientais do Tucunduba. Ao todo, são quatro janelas que reúnem olhares dos cursos de Arquitetura e Urbanismo, Museologia, Cinema, Agronomia, Oceanografia, Engenharia Florestal, Administração, Ciências Biológicas, Engenharia Mecânica, Engenharia Mecânica e Engenharia Civil.

“O Museu Virtual Surrupira de Encantarias Amazônicas é um projeto de extensão da UFPA que valoriza e divulga as mitologias e tradições afro-diaspóricas e amazônidas, especialmente as ligadas aos processos de encantaria. Buscamos combater o racismo religioso e estrutural, promovendo respeito à diversidade cultural da nossa região. A importância do projeto também se relaciona com a temática ambiental, pois as encantarias expressam uma profunda relação espiritual e simbólica com a natureza amazônica, reconhecendo a floresta, os rios e os seres da mata como elementos vivos e sagrados. Fortalecer essas tradições é, também, valorizar modos de vida sustentáveis e respeitosos com o meio ambiente, fundamentais para a preservação da Amazônia”, exemplificou a professora Ana Cristina Souza, apresentando a janela três, onde estão experiência dos alunos do curso de Museologia.
Entre as práticas que reafirmam o compromisso da UFPA com a educação ambiental e a formação cidadã, destaca-se também o projeto Escola a Céu Aberto na COP30, desenvolvido no Bosquinho da UFPA. A iniciativa atua em duas frentes: de um lado, proporciona experiências formativas para estudantes da universidade, que participam de atividades de educação ambiental em contato direto com a natureza; de outro, promove ações de atendimento e sensibilização junto a escolas de ensino básico, contribuindo para a formação de uma nova geração consciente da importância da sustentabilidade e da preservação da Amazônia.

“A Escola a Céu Aberto não é apenas um momento de trazer a sala de aula para cá, é a possibilidade de ampliar a alfabetização científica. A educação ambiental ocorre na escola, mas muitas vezes de forma particionada, aqui, temos a possibilidade de ampliar os horizontes e pensar alternativas que podem ser levadas para os projetos pedagógicos. Esse é um movimento importante para a formação dos nossos alunos e também para a formação de uma nova geração de futuros cidadãos”, avalia o professor Marcelo Pinheiro, do Instituto de Educação Matemática e Científica (IEMCI).
Para Daniel Neto, calouro do curso de Licenciatura Integrada em Ciências, Matemática e Linguagens, participar do projeto é uma experiência marcante logo no início da graduação. “Acho incrível poder aprender na prática, em um espaço que integra ensino, pesquisa e extensão. O contato com a natureza e com as escolas nos motiva ainda mais a pensar soluções que vão além da sala de aula pensada da forma tradicional. Esse tipo de iniciativa nos prepara para ser profissionais mais comprometidos com o futuro”, afirmou o estudante.




