Marcada como o momento em que, finalmente, um grande sonho começa a se tornar realidade, a Semana do Calouro 2025 da UFPA começou com arte, festa e muito afeto no Campus Guamá da Universidade Federal do Pará. Nesta segunda-feira, 28, um público de mais de mil ingressantes no ensino superior lotou o Centro de Eventos Benedito Nunes (CEBN) para a cerimônia que marca o início de suas respectivas caminhadas em um dos mais de 150 cursos de graduação da Federal do Pará.
Ao fazer o seu discurso de boas-vindas, o reitor da UFPA, Gilmar Pereira da Silva, aproveitou para lembrar aos estudantes o tamanho da Universidade da qual agora eles fazem parte. Com 12 campi e presente em mais de 82 municípios do Pará, a Universidade Federal do Pará hoje, em número de estudantes, é a segunda maior universidade do país.
“Quando se imagina a dinamicidade que tem esta instituição, ela se torna ainda maior, uma vez que está em um território maior que qualquer outra universidade do país, com mais de 150 cursos de graduação, mais de 160 cursos de pós e com pesquisas em todas as áreas da ciência. Em qualquer área que vocês entrarem aqui, vocês entrarão em um local de onde podem sair graduados e pós-graduados. Temos estrutura científica em todas as áreas do conhecimento, e a gente quer muito que todos vocês aproveitem esse processo. Aproveitem este espaço para além da sala de aula! A nossa expectativa é formar profissionais, mas, sobretudo, queremos formar cidadãos e cidadãs, lideranças que transformem a sociedade. Sejam muito bem-vindas(os) à maior universidade da Amazônia e uma das maiores universidades do Brasil!”, desejou Gilmar Pereira da Silva.
Para a vice-reitora da Universidade, Loiane Prado Verbicaro, este início da caminhada na UFPA traz lembranças e muito afeto a todos que já passaram por essa situação. É um grande momento também para que se possa planejar e vislumbrar a caminhada que deseja fazer no ensino superior diante de todas as oportunidades que uma universidade pública e de qualidade possibilita.
“Aproveitem todas as oportunidades de ensino, pesquisa, extensão, arte e cultura para que vocês possam se formar academicamente, cientificamente e intelectualmente. Temos muitos projetos de mudança concreta e real para a vida das pessoas da Amazônia e do país. É com entusiasmo que trabalhamos neste projeto coletivo, que é o projeto de educação, que vocês integram junto conosco para transformar a nossa realidade com equidade, justiça social, diversidade, inclusão e excelência acadêmica. É com muita alegria que recebemos vocês neste dia especial para nós. Sejam bem-vindas(os) à nossa amada UFPA!”, destacou Loiane Prado verbicaro.




Programação Cultural – Para promover maior integração entre os calouros de cursos de diferentes áreas do conhecimento, este ano a programação da Semana do Calouro foi pensada para que o estudante pudesse ter uma ideia de todos os saberes e todas as possibilidades existentes na UFPA. “Este momento é histórico para nós, porque ele foi pensado, desejado e hoje está sendo concretizado para dar boas-vindas a todos. Fico muito feliz em poder ver esta plateia alegre, colorida e jovial que chega aqui, cheia de expectativa e de sonhos. Sintam-se acolhidos e passem o tempo de vocês aqui se apropriando de todo o nosso conhecimento científico e tecnológico e também dos nossos saberes ancestrais e culturais. São estas vozes e esta ciência que caracterizam a nossa Amazônia e a nossa universidade”, desejou a pró-reitora de Ensino de Graduação, Lucilena Gonzaga.
Organizada pela Pró-Reitoria de Ensino de Graduação, em parceria com a Pró-Reitoria de Extensão, a Pró-Reitoria de Assistência e Acessibilidade Estudantil, a Faculdade de Turismo e a Escola de Teatro e Dança da UFPA, a programação teve o seu primeiro dia marcado pela celebração da riqueza cultural, da fé e da diversidade paraenses representada no espetáculo de dança “Nas Mãos do Santo Preto”, coordenado pelos professores da Escola de Teatro e Dança da UFPA (Etdufpa) Carlos Dergan e Gabrielly Albuquerque, com um elenco formado por estudantes da Universidade.
“As artes, ocupando o papel da Aula Magna, significam também um território do conhecimento, conhecimento esse que é necessário na Amazônia, principalmente porque nós precisamos estar nesta luta antirracista. Nesse sentido, a Universidade ocupa o seu papel na luta pelos direitos humanos e pela qualidade do ensino. Qualidade do ensino essa que é representada pela excelência desta casa, que, em 67 anos de existência e persistência, tem lutado a favor das igualdades sociais”, pontua Carlos Dergan.




Por meio da música e da dança, a apresentação narrou para o auditório lotado a trajetória e as conquistas de estudantes universitários devotos a São Benedito, destacando a importância da luta contra o racismo para a sociedade.
“Hoje nós estamos com um sentimento de alcance e muita potência. A arte é uma ciência que pode transmitir, de forma muito potente, mensagens super-relevantes e, com certeza, transformou este momento em uma grande revolução dentro da Universidade e da compreensão da arte como ciência. Dentro de um código de dança clássica, que é um código europeu, desconstruímos a hegemonia do pensamento colonizador, trazendo para o palco a história de um santo preto marginalizado e de uma mãe que, dentro das comunidades periféricas, sonha ver sua filha universitária, a história de muitos dos nossos estudantes”, explica a professora Gabrielly Albuquerque, com a certeza de ter proporcionado um momento de identificação para várias (os) estudantes presentes na plateia.
Manuelle Meirelles e Suelen Barros, calouras do curso de Pedagogia, assistiram atentamente à atração e disseram ter ficado impactadas. “Eu nunca tinha visto algo tão forte e bonito. Eu achei o espetáculo lindo. Foi maravilhoso, impactante e realmente me emocionou”, enfatizou Manuelle.

Essa emoção também foi vivenciada pelos próprios artistas que participaram da apresentação e saíram do auditório com a certeza do poder da sua arte ao alcançar o grande público da Universidade. “Este espetáculo traz uma mensagem muito forte para os novos calouros, porque ele fala de racismo e de cotas em um espaço que é a universidade pública. Ele também traz um acolhimento para muitas pessoas que estão aqui e que podem se identificar com a protagonista. Foi muito emocionante participar disso tudo e ter um pedaço da gente como artista encarnando toda esta significância da luta contra o racismo”, conta Luca Reis, dançarino e estudante da Etdufpa.
Pinduca e Auto do Círio – Após o espetáculo “Nas Mãos do Santo Preto”, a programação deslocou-se para um segundo palco, montado na área externa ao auditório CEBN. Lá, a festa foi comandada pelo cantor Pinduca, o rei do carimbó paraense, que animou as(os) calouras(os) ao som dos seus maiores sucessos e, é claro, da Marchinha do Vestibular, acompanhado pelo coro das(os) mais novas(os) estudantes da UFPA.
“Eu fiquei muito feliz de terem me convidado para esta festa da Universidade. Foi espetacular a recepção que tive aqui. Este momento, naturalmente, é o ponto alto para o reconhecimento do meu trabalho”, ressaltou o artista paraense.
Após a apresentação de Pìnduca, integrantes do Auto do Círio se juntaram à celebração, em um cortejo que tomou a forma da Cobra Grande e de outros animais e encantados amazônicos. “Pra mim, tá sendo magnífica essa experiência. É a minha primeira vez aqui, na UFPA, e eu estou simplesmente perplexo com toda a estrutura daqui, com os projetos incríveis e com tantas pessoas”, diz o estudante Carlos Eduardo Franco, calouro de Letras – Língua Portuguesa.




Com uma programação que segue até o dia 30 de abril, a Semana do Calouro também disponibiliza tendas com a representação de setores da Universidade, como a Pró-Reitoria de Assistência e Acessibilidade Estudantil (Proaes) e a Superintendência de Inovação e Desenvolvimento (Sind), além de serviços de coleta de materiais recicláveis e de representação estudantil.
“Foi uma recepção muito calorosa. E tudo também está muito bem explicado para nós entendermos a autoridade da faculdade, o quão grande é a Universidade e a importância do que é a gente estar na maior universidade da Amazônia”, compartilha Emelly dos Santos, caloura de Letras – Inglês.
Para conferir mais registros da abertura da Semana do Calouro 2025, acesse o Flickr oficial da UFPA.