A Universidade Federal do Pará (UFPA), o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Instituto Cultural Vale realizam, no próximo dia 2 de outubro, às 14h, a entrega da primeira etapa das obras de restauro do Conjunto dos Mercedários, prédio que já alojou parcialmente uma alfândega e delegacia e está localizado no centro histórico de Belém. O marco representa um avanço significativo na preparação da cidade para sediar atividades vinculadas à COP 30 e reafirma o compromisso da Universidade com a preservação do patrimônio cultural da Amazônia.
Nesta fase, o espaço já abriga um complexo acadêmico e cultural integrado ao centro histórico e comercial de Belém. Estão instalados no local a Faculdade de Conservação e Restauro (Facore), o Programa de Pós-Graduação em Ciências do Patrimônio Cultural (PPGPatri) e o Laboratório de Conservação, Restauro e Reabilitação (Lacore), consolidando um ambiente que une ensino, pesquisa, extensão e inovação em torno da valorização do patrimônio.
A criação da Facore marcou um passo pioneiro: trata-se do primeiro curso de Graduação em Conservação e Restauro da Região Norte e de toda a Amazônia Legal, iniciativa que coloca a UFPA na vanguarda da formação de profissionais especializados em uma região de enorme diversidade cultural e patrimonial. Esse pioneirismo foi acompanhado de uma forte mobilização institucional para viabilizar os recursos necessários à recuperação do edifício histórico. Inicialmente, a própria universidade destinou contrapartidas orçamentárias, que foram posteriormente ampliadas com o financiamento do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e patrocínio da Vale. Somados, os investimentos superam R$ 49 milhões, permitindo que o restauro desse patrimônio avance em larga escala, oferecendo à região um espaço de referência arquitetônica, de pesquisa científica e cultura.
Os recursos do banco provêm da iniciativa “Resgatando a História”, que apoia a recuperação do patrimônio histórico material, imaterial e de acervos memoriais de todo o país. “A restauração do Complexo Mercedários é a contribuição do BNDES para a preservação de um patrimônio que é fundamental ao país por ser o único exemplar da arquitetura sacra espanhola da Ordem dos Mercedários no Brasil. Além disso, recupera a história e as referências histórico-socioculturais, reconectando a cidade com a sua memória e promovendo o turismo e a economia criativa. Durante a COP 30, aqui vai funcionar a Casa BNDES, um espaço de cultura e de valorização da economia local e da biodiversidade para paraenses e visitantes”, afirma o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
“A restauração do Conjunto dos Mercedários é resultado de uma atuação conjunta e colaborativa entre diferentes instituições, com um propósito comum: recuperar um dos patrimônios históricos e culturais mais importantes não só de Belém, mas também de toda a Região Norte do Brasil. Uma iniciativa que se conecta à nossa atuação para fomentar e valorizar a cultura e a história amazônicas, somando-se às mais de 100 iniciativas culturais apoiadas e realizadas pela Vale na Amazônia”, diz Hugo Barreto, diretor-presidente do Instituto Cultural Vale.
A cada etapa, são colocadas à disposição da sociedade partes desse grande complexo arquitetônico. Com o andamento do projeto nesta primeira fase, há os espaços que vão abrigar a Galeria de Arte da UFPA (GAU), a livraria da Editora da UFPA (ed.ufpa) dedicada a publicações sobre patrimônio, artes e cultura, além da integração de atividades de um núcleo da Escola de Música da UFPA (Emufpa). Também a conclusão de um auditório com 175 lugares, um espaço expositivo e o futuro Museu de Ciências do Patrimônio Cultural, que reunirá descobertas arqueológicas encontradas durante as intervenções no Conjunto Mercedários.
O processo de restauro conduzido pela UFPA vai além da recuperação física do edifício. Trata-se de uma ação articulada em torno de três dimensões: a científica, que fortalece a formação de profissionais e o desenvolvimento de pesquisas de referência; a cultural, que abre o espaço à sociedade por meio de atividades artísticas e educativas; e a preservacionista, que assegura rigor técnico, acompanhamento arqueológico e salvaguarda de achados históricos.
Esta fase é considerada um marco importante no processo de apresentação do trabalho realizado nos bastidores. Até a inauguração completa do Conjunto dos Mercedários, prevista para 2027, quando todas as etapas do projeto estarão concluídas, cada avanço será acompanhado pela ampliação de usos acadêmicos, culturais e sociais, reforçando o papel da UFPA como guardiã de um dos mais importantes conjuntos arquitetônicos do período colonial de Belém.
Um patrimônio vivo para a Amazônia – Para o reitor da Universidade Federal do Pará, Gilmar Pereira da Silva, o trabalho realizado nos Mercedários representa uma das maiores intervenções restaurativas já feitas pela Universidade, nos últimos anos. “Cada etapa do restauro reafirma a missão da UFPA, de preservar o patrimônio amazônico, mas também de produzir e difundir conhecimento em diálogo com a sociedade. A entrega desta primeira fase simboliza, além da reabilitação de um espaço histórico, a construção de um projeto coletivo que integra sociedade, ciência, cultura e memória, projetando Belém e a Amazônia para um futuro que não dá as costas ao passado”, acentua o reitor.
Serviço
Evento: Entrega da primeira etapa das obras de restauro do Conjunto dos Mercedários, com o financiamento do BNDES e patrocínio da Vale.
Data: 2 de outubro de 2025
Local: Conjunto dos Mercedários – UFPA, Blvd. Castilhos França, s/n, em frente à entrada de carros da Estação das Docas. Campina – Belém (PA).
Hora: 14h