Esta dissertação intenta demonstrar como as articulações e vivências de mulheres negras dentro de um terreiro de Candomblé refletem e se estendem para a vida em comunidade. Para isso, realizei uma análise do terreiro como um local de produção de conhecimento ancestral africano e criação de redes de apoio, considerando-o como um quilombo urbano, o qual está presente e resiste dentro de um contexto ocidentalizado. Através das vivências, saberes e perspectivas individuais e coletivas de mulheres negras, acompanhei seus passos e sua rotina dentro da Casa de Santo e fora dela, e então, pude observar as redes compartilhadas entre o terreiro e a sociedade civil, por meio de suas vidas comunitárias e de seus projetos sociais. Para esse propósito, utilizei o método etnográfico, tendo como referencial bibliográfico um campo epistêmico afrocentralizado para além dos autores ocidentais, promovendo, assim, uma conversa entre estes saberes coexistentes no contexto pesquisado.