Este trabalho apresenta as dinâmicas de migração entre Belém e sua fronteira insular (a ilha das Onças e a ilha Arapiranga) na primeira metade do século XX (1908-1950). Através de uma crítica historiográfica e documental, busca-se explicar mobilidades que ocasionaram o transcurso do povoamento dessas regiões varzeiras a partir da chegada dos migrantes nos territórios paraenses, agregar este estudo às pesquisas sobre deslocamentos migratórios no estuário amazônico, resgatando trajetórias de estrangeiros, nordestinos e de deslocamentos internos, investigando nas fontes selecionadas, a origem dessa população que atualmente reside nesse estuário. A investigação busca contribuir com a historiografia paraense e amazônica para introduzir as ilhas na perspectiva e reflexões históricas, refutando discursos estigmatizantes sobre as mesmas, comumente imaginadas como regiões vazias de memória, sem interesse de reflexão histórica econômica ou política.