As alterações dos vidros incolores em ambientes expostos, como na arquitetura mortuária, são influenciadas por fatores climáticos e ambientais que comprometem sua transparência e integridade. Corrosão, irisação, destacamentos, desenvolvimento microbiológico e sujidade, são os principais tipos de alteração, que afetam a estética e o valor simbólico, de vidros inseridos em bens culturais. Estudos também comprovam que a orientação na qual os vidros são inseridos em um edifício é outro fator que gera diferenças no estado de conservação desse material. O objetivo deste trabalho é identificar as alterações que afetam a superfície dos vidros incolores presentes em dois mausoléus do cemitério Nossa Senhora da Soledade, devido às condições climáticas de Belém, comprometendo a sua transparência. Assim, procedeu-se com a coleta de amostras de vidros presentes nos portões de acesso de dois mausoléus com a fachada orientadas a nordeste e sudoeste. As técnicas analíticas utilizadas foram: microscopia ótica, fluorescência de raios-X, microscopia eletrônica de varredura e espectroscopia por energia dispersiva. Resultados indicam a presença de camadas de corrosão, deposição de sais e formação de microfissuras nos vidros, atribuídas à alta umidade e temperatura de Belém. Também observou-se um aumento da opacidade ao longo do tempo possivelmente decorrente da falta de ventilação e iluminação no interior dos mausoléus, assim como sua a orientação acelerando o processo de alteração da superfície dos vidros. Este estudo contribui para a compreensão dos mecanismos de deterioração e oferece bases para estratégias de conservação mais eficazes para regiões tropicais.
Palavras-chave: Vidro incolor, processos de alteração, clima tropical amazônico.