A série napolitana, de Elena Ferrante, é uma tetralogia que se passa em um bairro violento de Nápoles e que acompanha a história das duas protagonistas, Elena Greco e Rafaella Cerullo, também conhecidas pelos apelidos Lenu e Lila, desde a infância até a velhice, entre os anos 1950 e 2010. Chama atenção especialmente a forma como Ferrante subverte a representação de ideais consolidados no imaginário social, como de família, de maternidade, de casamento, de amizade, mostrando as dificuldades das relações e seus conflitos. Nesse sentido, o objetivo geral da pesquisa é compreender de que forma Elena Ferrante representa as mulheres e constrói a narrativa a partir de opressões de gênero, na série napolitana. Para tanto, a metodologia utilizada será a pesquisa bibliográfica, com referenciais teóricos da área da sociologia da literatura, como Antonio Candido, Theodor Adorno e Walter Benjamin, e referenciais do feminismo e dos estudos de gênero, como Joan Scott, Simone de Beauvoir e Teresa de Lauretis, de modo a realizar uma análise centrada no texto literário, articulando forma e conteúdo. Dessa forma, propõe-se dividir a pesquisa em três capítulos, o primeiro para contextualizar a série napolitana, tratando sobre: o pseudônimo da autora, o sucesso da obra, a figura da narradora e a ambientação em Nápoles; já o segundo e o terceiro capítulos para analisar propriamente a obra, realizando uma leitura direcionada pelas opressões de gênero que atravessam as trajetórias das personagens, sendo tais capítulos divididos a partir dos seguintes temas: família, escola e casamento no segundo capítulo e sexualidade, trabalho e maternidade no terceiro.