Com seis anos de funcionamento no Campus Universitário de Altamira da UFPA, o curso de Medicina recebeu a nota máxima, 5, na avaliação realizada pelo Ministério da Educação (MEC) para reconhecimento do curso. A nota foi atribuída após a visita presencial de uma comissão de avaliadores designada pelo MEC, que analisou aspectos como infraestrutura, corpo docente, projeto pedagógico, entre outros. Atualmente com 51 docentes, 7 técnicos e 371 alunos, o curso vai titular a primeira turma de 47 novos médicos em novembro deste ano.
O curso de Bacharelado em Medicina do Campus Universitário de Altamira da UFPA recebeu a primeira turma em 2016, em um contexto de aumento da demanda por atenção primária em saúde na região do Xingu, com o crescimento da população em decorrência da implantação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Em 2012, o Ministério da Educação lançou uma proposta de expansão de vagas nas universidades para formação de médicos, o que favoreceu e viabilizou a criação do curso de Medicina em Altamira, a fim de formar e fixar médicos em uma área com carência desses profissionais, sobretudo para atuação junto ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Com base em metodologias ativas, o curso está estruturado em atividades teóricas, práticas e extensionistas, divididas em quatro núcleos de formação: 1) Concepção, Formação e Ciclos de Vida do Ser Humano; 2) Habilidades Médicas e Profissionalismo; 3) Prática de Integração Ensino, Serviço e Comunidade; e 4) Internato. As atividades são presenciais e em tempo integral ao longo de 12 semestres/6 anos.
Acompanhamento e autodiagnóstico do curso – De acordo com o médico e diretor da Faculdade de Medicina (Famed) do Campus Universitário de Altamira da UFPA, Leonardo Silva, “O autodiagnóstico das nossas fragilidades e potencialidades, embasando nossos planos de ação e melhorias, foi fundamental para que pudéssemos enxergar no que precisamos melhorar e nos reinventar”.
“A união e a facilidade de comunicação entre os agentes que compõem a comunidade da Famed e da UFPA (alunos, professores, técnicos, coordenação do campus, equipe pedagógica, pró-reitorias e Reitoria) foi crucial para que pudéssemos trabalhar nossas fragilidades e melhorar, ainda mais, nossas potencialidades”, avalia Leonardo Silva, que afirma que o curso continuará trabalhando em seu plano de ação para avançar cada vez mais.
Vários programas institucionais também contribuíram para o fortalecimento do curso, como o Programa de Apoio à Infraestrutura de Laboratórios (LabInfra), que apoiou a estruturação de laboratórios de ensino, além do incentivo à pesquisa e à extensão por meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica e de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, do Programa Institucional de Bolsas de Extensão e do Subprograma Monitoria do Programa de Apoio à Qualificação do Ensino de Graduação.
Para qualificação do corpo técnico e docente, em 2019, professores, técnicos e preceptores do curso ingressaram no Mestrado Profissional em Saúde da Amazônia em Altamira, ofertado por meio do Programa de Apoio à Qualificação de Servidores Docentes e Técnico-Administrativos (PADT). Já em 2022, também pelo PADT, foi aberta uma turma inédita do Doutorado em Doenças Tropicais em Altamira, também voltada para qualificação do quadro de servidores, incluindo docentes e técnicos do curso de Medicina.
Todos esses investimentos e esforços coletivos foram ainda mais desafiadores em um cenário de cortes e contingenciamentos dos recursos públicos para educação e ciência no país. “Estar em uma Instituição Federal de Ensino Superior pública nos últimos anos não tem sido nada fácil. Cortes de orçamento reiterados, a política de teto de gastos e a pandemia da covid-19, desde 2020, nos impuseram mudanças alheias tanto às nossas próprias vontades quanto às relacionadas à gestão do curso, de forma que manter o ensino resiliente, de qualidade, com foco nas redes de atenção à saúde no âmbito do SUS, foi e continua sendo desafiador. Mas seguimos juntos, no intuito de entregar à sociedade, novos profissionais capacitados, humanizados e comprometidos em fazer o melhor pela população”, aponta o diretor da Famed.
No contexto da pandemia, professores do curso atuaram junto ao Grupo de Trabalho da UFPA sobre o Novo Coronavírus no monitoramento do cenário epidemiológico de Altamira e municípios do entorno, para subsidiar as decisões institucionais quanto às medidas de controle e prevenção da covid-19. Projetos com a coordenação ou participação da Famed também contribuíram com protocolos de condutas terapêuticas e ofereceram teleatendimento, atendimento psicológico gratuito, orientações de biossegurança para comunidades indígenas e para os profissionais de saúde e a população em geral, além de prestarem homenagem aos profissionais da linha de frente do enfrentamento à pandemia.
Para o reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho, “O sucesso do curso de Medicina em Altamira é motivo de celebração e orgulho para toda a nossa comunidade, pois o resultado é fruto do envolvimento de muitas pessoas empenhadas em prover as condições para que o curso desenvolvesse suas atividades com qualidade. Receber a nota máxima do MEC em um contexto de cortes orçamentários é ainda mais significativo e demonstra o alto nível de dedicação e compromisso da nossa comunidade para não apenas sobreviver à crise, mas fazer a Universidade avançar”.
Texto: Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA.
Fotos: Acervo do Curso de Medicina em Altamira