A aluna do curso de Engenharia de Exploração e Produção de Petróleo, do Campus Salinópolis da UFPA, Nangle Ribeiro ganhou o primeiro lugar no desafio do IV Congresso Nacional de Engenharia de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (Conepetro), com a proposta “Uso de nanopartículas magnéticas e de prata para tratamento de água de formação para irrigação e utilização industrial”. O evento é considerado um dos mais importantes da área de petróleo no país.
O Petrotech – 1º Hackathon do Conepetro desafiou os estudantes a enviarem um vídeo que solucionasse a questão “como transformar a água de formação produzida junto ao petróleo em um negócio rentável?'. A iniciativa teve como objetivo incentivar estudantes de graduação a desenvolverem soluções inovadoras voltadas à indústria de óleo e gás.
A proposta de Nangle Ribeiro oferta uma alternativa para um grande problema do setor, que é o significativo volume de água produzida com o petróleo. Água que, embora seja repleta de contaminantes, se tratada, pode ser útil para fins industriais, especialmente com a demanda de água aumentando e a iminência de crises hídricas. A ideia enviada pela estudante engloba a criação de uma rede que conecta a indústria, oferecendo tratamento com nanopartículas atuando diretamente nos contaminantes e tornado a água menos tóxica possível; a academia, por meio da parceria com empresas juniores e institutos de pesquisa para o desenvolvimento de novas soluções; e a sociedade em geral, com a promoção de eventos locais de conscientização socioambiental.
“Ganhar um prêmio a nível nacional, vindo de onde vim, concorrendo com universidades de grande relevância, foi extremamente gratificante, especialmente por estar levando o nome da UFPA, mostrando que fazemos ciência, que temos talento e que a gente só precisa de visibilidade e investimento na área. Eu espero que ganhar esse prêmio incentive meus colegas de profissão a não desistirem, pois o mercado é extremamente difícil e competitivo ”, comenta a estudante do curso de Engenharia de Petróleo.
Por ter ficado em primeiro lugar no desafio, a estudante ganhou uma vaga de estágio remunerado na Energy Platform Participações S.A, em regime de home-office, por meio do qual terá a possibilidade de obter mais informações e conhecer a indústria do petróleo na prática.
Representatividade feminina – Nangle Ribeiro é marajoara e precisou sair de Anajás, cidade em que morava, para realizar o sonho de fazer graduação. Além das dificuldades enfrentadas pela mudança, também precisou lutar para conquistar seu espaço em um ambiente e curso que, por muito tempo, foram majoritariamente vistos como masculinos.
“Decidi fazer Engenharia de Petróleo aos 14 anos,não conhecia muito sobre a área, mas pesquisei muito sobre, entrei no curso em 2016 e me apaixonei. Apesar das dificuldades que enfrentamos, o curso tem muitas mulheres lutando para mudar o cenário, muitas mulheres se destacando, ganhando prêmios, buscando soluções inovadoras nas mais diversas áreas do petróleo. A equidade está caminhando, mesmo que em passos curtos, para que nossa realidade mude e nosso espaço dentro da indústria seja respeitado”.
Texto: Bruna Ribeiro – Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA
Fotos: Arquivo pessoal