De acordo com o Ministério da Saúde, a saúde mental não apenas se limita ao que se sente individualmente, do ponto de vista psicológico e emocional, mas também se relaciona a uma série de fatores, como o bem-estar físico, a rede de apoio social e as condições de vida. Além de não ser algo isolado, a saúde mental é influenciada pelo ambiente ao nosso redor e resulta da interação entre fatores biológicos, psicológicos e sociais.
Dentro e no entorno da Universidade Federal do Pará (UFPA), há pessoas com distintas condições de vida, origens culturais e sociais, valores, crenças e interesses. Pensando em garantir diferentes formas de acolhimento, a Universidade trabalha o enfrentamento à discriminação, aos assédios e a outras formas de violência, com a finalidade de criar um ambiente em que todas as pessoas se sintam pertencentes. Uma realidade que, segundo a professora Heloísa Canali, coordenadora de Diversidade de Gênero e Orientação Sexual da Assessoria da Diversidade e Inclusão Social (Adis/UFPA), só pode ser construída de forma coletiva. “São diversas as situações que se configuram como violências, assédios e dificuldades relacionadas a questões pedagógicas, o que torna fundamental que a(o) estudante encontre acolhida. É um trabalho difícil e só pode ser feito em conjunto, em parceria”, afirma.
Grupos vulneráveis – À medida que crescem as ações de diversidade e inclusão relativas ao acesso e à permanência na vida acadêmica, aumentam, igualmente, os desafios da Universidade, como avalia a professora Luanna Tomaz de Souza, doutora em Direito, Justiça e Cidadania no Século XXI e coordenadora da Clínica de Atenção à Violência (CAV), projeto ligado ao Núcleo de Práticas Jurídicas em parceria com o Núcleo de Estudos Interdisciplinares da Amazônia (Neiva).
“De fato, a UFPA hoje é muito mais rica, plural e diversa, e eu acho que as ações afirmativas permitem que a gente tenha isso. Muitas vezes, lidamos com uma série de violências estruturais, às quais é preciso responder”, pontua a coordenadora da CAV. De acordo com ela, “nos últimos anos, a Universidade tem buscado aperfeiçoar as políticas de inclusão das pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica para garantir que elas consigam concluir os seus cursos, entrar na pós-graduação e no mercado de trabalho, que consigam ser felizes também e ter uma vida digna acima de tudo”.
Pessoas em situação de violência racial, policial, de gênero, LGBTfobia e violências praticadas contra crianças e pessoas idosas, especialmente, são acolhidas na UFPA, com atendimento psicossocial e jurídico. Para entrar em contato com a CAV, basta comparecer ao segundo andar do Bloco L do Campus Profissional da Universidade, bairro Guamá, em Belém, às sextas-feiras, das 8h às 12h. A CAV, igualmente, disponibiliza atendimentos por meio do Programa de Empregabilidade e Formação LGBTI+. É possível entrar em contato pelo perfil @empregabilidadelgbticj ou pelo e-mail empregabilidadelgbticj@gmail.com.