O Laboratório Sertão das Águas (Lasea) realizou, nessa sexta-feira, 28, mais uma edição do Fórum de Alfabetização, Leitura e Escrita de Belém (Fale Flor do Grão Pará). Essa edição do evento teve como temática “Saberes e Sabores dialógicos na Educação de Jovens e Adultos (EJA) e no Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja)”. O Fórum tem como objetivo promover um diálogo entre professores da Educação Básica e professores do Ensino Superior.
Nessa edição, o debate foi sobre o trabalho com leitura e escrita na educação de jovens, adultos e idosos. Uma das participantes foi a professora Doracy Moraes, da rede pública municipal. A professora falou sobre a experiência de um festival gastronômico com os alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Escola Municipal Benvinda Messias. Para Doracy Moraes, a experiência foi enriquecedora, pois ajudou o desenvolvimento das atividades de ensino e aprendizagem.
Na atividade, os alunos trouxeram experiências com gastronomia que já tinham em suas vidas. Será editado também um livro com todas as receitas dos participantes do festival. “A nossa proposta teve boa aceitação pelos alunos, todos se mobilizaram. Nós queríamos valorizar o processo de construção da atividade, não valorizando premiações, mas sim o conteúdo. Afinal, nós aprendemos com eles e eles conosco”, diz a professora Doracy.
Também participou do evento a professora do Campus da UFPA em Castanhal Darinez Conceição. A professora destacou como a alfabetização precisa ter um foco na experiência de vida, como a do festival gastronômico, que trouxe experiências já vivenciadas pelos alunos em ambientes de trabalho. “Nós devemos sempre considerar que o homem, a mulher, o jovem que vem para a EJA já tem uma relação com o mundo do trabalho. Nós precisamos compreender essa realidade que o aluno tem com o mundo para adaptar o ensino. Isso não ocorre, na maioria das vezes, porque essa experiência é silenciada”, ressaltou.
A professora Elizabeth Orofino, coordenadora do Fale Flor do Grão Pará, destaca que essa interação dos professores do Ensino Básico e do Ensino Superior serve para fortalecer o trabalho pedagógico da alfabetização de jovens, adultos e crianças, o que prioriza a oralidade, a leitura e a escrita partindo de textos sociais. “Por meio dos relatos de memórias de vida e das trocas de experiências praticadas, esses professores narradores que participam desde o I Fale, em 2018, contam sobre experiências de seus alunos que, muitas vezes, burlam o que parece instituído, mostrando que os saberes que atravessam sua docência estão para além do que se pensa conhecer sobre eles”, acrescenta.
Texto: João Pedro Bittencourt – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Nayana Batista