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TAMANHO DA FONTE

Ministra Nísia Trindade discute investimentos em saúde e especificidades amazônicas durante SBPC na UFPA

Ciência, tecnologia e inovação em saúde estiveram em pauta na 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Ciências (SBPC), sediada na Universidade Federal do Pará (UFPA). A ministra da saúde, Nísia Trindade Lima, esteve em Belém a convite da SBPC e ministrou uma das principais conferências da programação desta edição.

Fotografia mostra interior do auditório do Centro de Eventos Benedito Nunes. Registro destaca parte da plateia  e palco ao fundo.

Para uma plateia atenta, a ministra apresentou as principais ações atuais do governo em relação à ciência e tecnologia em saúde, referindo-se sempre à importância do Sistema Único de Saúde (SUS) nesse quesito. A apresentação de Nísia Trindade girou em torno do questionamento: “Que políticas públicas nos permite avançar no campo científico e tecnológico em direção à superação das desigualdades em saúde no nosso país?”.

Entre as estratégias nacionais em saúde, Trindade apontou e comentou alguns dos principais desafios da pasta, como: as emergências em saúde; o enfrentamento de emergências climáticas; a demografia brasileira; a redução das desigualdades sociais; a ampliação do acesso à ciência; o combate à desinformação; as mudanças no mundo do trabalho na área da saúde e as ameaças à democracia. Desafios estes que conduzem à formação de políticas públicas em saúde que sejam capazes de lidar com as novas realidades.

Para a ministra, o SUS no Brasil já é um exemplo e um importante legado de inovação em cidadania e proteção social. Em sua avaliação, a política rompe a lógica da cidadania vinculada e amplia o acesso à saúde, disponibilizando-a para todos. No entanto, segundo a governante, ainda falta financiamento adequado para que o SUS possa atingir as metas estabelecidas para ele. “Por isso é importante pensarmos a ciência, tecnologia e inovação em saúde como fator de inclusão, de forma a possibilitar o acesso integral e igualitário à saúde”, afirmou.

Nísia Trindade Lima explicou, ainda, que o setor de saúde no país representa um terço das pesquisas científicas, 10% do produto interno bruto (PIB) e 9 milhões de empregos gerados durante o governo da situação, o que são números bastante promissores. Ela ressaltou que a meta atual é a de associar o setor à agenda do marco industrial brasileiro. “O SUS se vulnerabiliza quando depende de produtos de saúde que não temos”, disse lembrando do período da pandemia da covid-19, quando o Sistema foi protagonista no enfrentamento da pandemia, mas enfrentou gargalos ao ficar à mercê da chegada de materiais externos, a exemplo de máscaras, vacinas, respiradores. E complementou com o dado de que mais de 90% dos insumos para a ciência ativos no Brasil hoje são exportados.

Daí a importância de a política nacional estar associada ao comprometimento econômico e industrial em saúde, de modo que o novo Programa de Aceleração do Crescimento tem, pela primeira vez, a saúde em destaque por meio do investimento em ciência, tecnologia e equipamentos, da ordem de 8,9 bilhões de reais. Além disso, o atual governo vê a ciência como prioridade, tendo os investimentos nacionais em pesquisa alcançado quase a soma de 60 milhões de reais em 2024.

A ministra apresentou ainda o Programa de Desenvolvimento de Inovação Local, que ocorre em parceria com centros científicos, como as universidades, e apontou alguns gargalos para a implementação de políticas que têm a saúde como efetivo fator de crescimento. Entre os princípios estratégicos das chamadas públicas com esse fim, a titular da pasta de saúde enumerou: a transdisciplinaridade, o fortalecimento e a consolidação da sedes de pesquisas, a redução das desigualdades regionais, a sustentabilidade ambiental, a igualdade de gênero na pesquisa, a prática de uma política antirracista e de diversidade, o estímulo a jovens pesquisadores na ciência e as ações de informação contra as fake news. Nesse sentido, apresentou ainda 10 chamadas públicas que o Ministério realiza, neste ano, com esse fim, no valor de 443 milhões de reais.

Fotografia posa mostra a ministra da Saúde, o reitor da UFPA, o presidente da SBPC e secretária geral da SBPC ao lado de outras duas conferencistas. Todos estão de pé e identificados com crachá do evento.

Amazônia – A conferência finalizou com o destaque feito pela ministra sobre a Amazônia como ecossistema-chave para o enfrentamento de doenças sazonais por meio da bioprospecção com vistas ao desenvolvimento de produtos, mas também com participação ativa dos pesquisadores da região, na busca de soluções sustentáveis. Nísia Trindade Lima ainda respondeu a perguntas do público sobre fitoterápicos, saúde mental e vacinação de jovens e adolescentes nas escolas.

Na mediação, Renato Jeanine, presidente da SBPC, afirmou que a saúde é prioridade para a pesquisa e impacta diretamente o desenvolvimento humano. “Os avanços na saúde duplicam a expectativa de vida no Brasil”.

Fotografia mostra reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho, falando ao microfone. Ele está sentado por detrás de uma mesa com a identidade visual do evento. A faixa de identificação da mesa é na cor verde, traz as marcas dos patrocinadores e apoiadores do evento e a mensagem "76ª Reunião Anual da SBPC- Ciência para um futuro sustentável e inclusivo". Ao lado do reitor, está a  ministra de saúde, Nísia Trindade.

A conferência se encerrou com a participação do reitor da UFPA, Emmanuel Tourinho, que manifestou sua alegria em ver que a pesquisa em saúde no Brasil está nas mãos de uma equipe comprometida com o enfrentamento correto dos desafios existentes e com as especificidades da Região Amazônica. “Fala-se tanto dos nossos biomas, mas pouco se fala das nossas populações. É preciso olhar para as populações”, disse o gestor, requisitando a atenção especial do governo para com a saúde pública na Amazônia.

Programa Genomas SUS –  O Programa Nacional de Genômica e Saúde de Precisão – Genomas Brasil foi criado para estabelecer, no Brasil, as bases para o desenvolvimento da saúde de precisão e, em um futuro próximo, sua implementação no Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, a iniciativa já está presente em toda a Região Norte. O Centro Genomas Amazônia está sediado na Universidade Federal do Pará e, na ocasião da SBPC, teve a inauguração simbólica realizada pela ministra.

Fotografia mostra grupo de pessoas descerrando uma placa de inauguração. A placa está coberta por um tecido vermelho. No grupo, está a ministra de saúde, o reitor da UFPA e o vice-reitor da UFPA.

Após a conferência na SBPC, Nísia Trindade Lima recebeu a pesquisadora principal do Centro pela UFPA, professora Ândrea Ribeiro dos Santos, além de demais membros da equipe que compõem a iniciativa na Universidade.

O Genomas Amazônia foi iniciado em dezembro de 2023 e é o primeiro, no estado. A professora Ândrea Ribeiro disse que o foco do Centro é analisar e entender a diversidade existente no interior da floresta. A médica e geneticista de populações explicou que os povos tradicionais amazônicos têm características únicas e precisam estar representados no SUS, por meio de marcadores distintos e adequados às realidades indígena e quilombolas. “A saúde personalizada e efetiva deve levar isso em consideração”.

Fotografia posada de um grupo de pessoas na frente da placa do projeto Genomas Sus - Centro Âncora da Amazônia. Entre os integrantes do grupo, estão o reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho e o vice-reitor, Gilmar Pereira da Silva.

O Genomas SUS é uma rede acadêmica que surge com a iniciativa de professores de universidades públicas que trabalham com genômica de doenças. O projeto propõe uma colaboração entre instituições brasileiras para reunir dados acerca das enfermidades presentes em populações nas várias regiões e compartilhar essas informações genômicas e fenotípicas com o Programa Genomas Brasil. A expectativa é desenvolver um banco de dados para o sequenciamento genético de 21 mil brasileiros.

Leia mais:

TEXTO: Jéssica Souza, Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA

FOTOS: Octavio Cardoso

Relação com os ODS da ONU:

ODS 3 - Saúde e Bem-Estar

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