Movimento Ciência e Vozes da Amazônia divulga segunda edição de publicação com textos inéditos 

As vozes da comunidade científica e social voltam a ecoar no Movimento Ciência e Vozes da Amazônia na COP 30, lançado em fevereiro de 2025 pela Universidade Federal do Pará. A segunda edição da Publicação, que reúne textos inéditos sobre diferentes temáticas que envolvem as questões da sociobiodiversidade da região, já está disponível ao público. O material apresenta o olhar de diferentes atores comprometidos com causas relevantes neste contexto.

Com objetivo de visibilizar esse conhecimento, fazendo-o circular amplamente nos estados amazônicos, no Brasil e no mundo, a publicação é uma forma de contemplar e dar espaço à produção científico-social no momento em que o planeta se prepara para o tão esperado evento que acontecerá pela primeira vez no país, na capital paraense.

“Em novembro de 2025, Belém será a sede da COP 30, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes). Esse evento histórico reunirá líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais (ONGs) e representantes da sociedade civil para discutir caminhos de solução da crise climática. Mais do que um palco global para reafirmar o papel do Brasil nas negociações climáticas, a COP 30 é uma oportunidade única de colocar as populações amazônicas no centro das discussões. Afinal, são essas populações as guardiãs da floresta e das águas, responsáveis por preservar os ecossistemas que sustentam toda a humanidade”, enfatiza o reitor da UFPA, Gilmar Pereira da Silva, na apresentação da coletânea.

A publicação de número 2, traz em destaque temas como a importância do fortalecimento de redes de pesquisa colaborativas e da valorização dos saberes locais como pilares para a construção de políticas socioambientais mais justas e eficazes; o fenômeno conhecido como racismo climático, que expõe desigualdades históricas a serem enfrentadas com políticas públicas que priorizem justiça social e climática; o modo de viver ribeirinho em áreas de várzea da Amazônia, que não pode ser visto de maneira genérica e deve ser respeitado; e as marcas profundas deixadas pela escravidão na Amazônia.

Assinado por Marcos Pérsio Dantas Santos, Kauê Felippe de Moraes e Marcela Guimarães Moreira Lima, o artigo “Mudanças Climáticas e a Perda de Habitat na Amazônia: o futuro das aves e primatas ameaçados sob diferentes cenários climáticos”, ressalta que o “aumento nas taxas de desmatamento na região, vem impulsionando a perda de biodiversidade, dificultando a resiliência dos ecossistemas naturais, diminuindo a qualidade dos habitats para as espécies, alterando as interações ecológicas e, consequentemente, impactando negativamente nos serviços ecossistêmicos”. Os autores pontuam que essa dinâmica prejudicial altera a distribuição das espécies. “Esses efeitos são ainda mais intensos para grupos mais sensíveis como as aves e os primatas que são reconhecidos com excelentes modelos biológicos e bioindicadores da qualidade de habitats, pois além de sua importância na realização de serviços ecossistêmicos (tais como a dispersão de sementes e polinização), possuem uma elevada diversidade de espécies”.

Já o artigo “Direitos Territoriais Quilombolas e o Mercado de Carbono: a luta das comunidades quilombolas por suas terras frente ao avanço do capital”, é de autoria da doutoranda e mestra em Direitos Humanos, Flávia Silva dos Santos. Ela contextualiza que “é preciso entender que as comunidades tradicionais realizam a proteção ambiental há séculos, e, nos últimos anos, devido à discussão sobre pagamento por serviços ambientais, os territórios titulados passaram a ser interessantes para empresas intermediárias (que funcionam como startups), pois são vistos como uma mercadoria atrativa por causa da segurança de seu regime proprietário”, acentua.

Todos os textos (da primeira e segunda edições) possuem acesso aberto no site https://amazonianacop.ufpa.br/. O material está disponível na aba “Publicação”, em quatro idiomas: português, inglês, francês e espanhol, e, além de ser lido em formato online, o público também pode baixar o material em arquivos PDF.

As datas de submissão de novos trabalhos serão divulgadas em breve. A proposta é que além de pesquisadores da comunidade científica, membros de entidades não governamentais, movimentos sociais, culturais e ambientais, tenham voz.

Mantenha-se informado

Leia mais:

TEXTO: Ana Teresa Brasil, Movimento Ciência e Vozes da Amazônia

ARTES: Movimento Ciência e Vozes da Amazônia

Relação com os ODS da ONU:

ODS 13 - Ação Contra a Mudança Global do Clima

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