Com o auditório do Programa de Pós-Graduação de Letras lotado, ocorreu na Universidade Federal do Pará, no dia 28 de janeiro, o Colóquio “Retratos da Amazônia: o acadêmico e o eclesial em diálogo", realizado em parceria com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 2), Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM Brasil – Norte 2) e a Arquidiocese de Belém. O evento visa promover o diálogo entre universidades da região amazônica com lideranças da Igreja Católica, em torno do objeto de debate do sínodo, convocado pelo Vaticano para o ano de 2019.
Estiveram presentes à mesa de abertura o reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho; o pró-reitor de Extensão da UFPA, Nelson José de Souza Jr; o arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa; o presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica, Dom Ervin Kräuter; e o presidente da CNBB Norte 2, Dom Bernardo Bahlmann.
Segundo o reitor Emmanuel Zagury Tourinho, a UFPA busca formar não apenas bons profissionais, mas também cidadãos integrados à sociedade, conhecendo seus problemas, e capazes de intervir na realidade social, para construir uma sociedade igualitária. “Nós vivemos um momento difícil, em que os povos tradicionais da Amazônia têm sofrido diversas violências, mas lutando para que os seus filhos possam crescer com esperança e oportunidades. A UFPA é parceira dos que trabalham para que as violências cessem e as oportunidades sejam multiplicadas”.
Para Nelson José de Souza Jr., pró-reitor de Extensão, a universidade sozinha, com seus modos de intervenções sociais, não consegue identificar os problemas centrais da Região Amazônica atualmente. Por esse motivo, é importante elaborar coletivos que possam ajudar, a exemplo da igreja católica, que realiza ações a respeito de temáticas convergentes, iguais ou complementares.
Para o presidente da CNBB Norte 2, Dom Bernardo Bahlmann, a proposta de diálogo entre a Igreja e o meio acadêmico veio em um momento ideal, uma vez que a Igreja já está se preparando para o Sínodo Pan-Amazônico, a ser realizado em outubro deste ano. “Para nós, como Igreja da Amazônia, será um grande desafio refletir e procurar novos caminhos e novas propostas no sentido de proteger esta região do País”, pontuou.
Sínodo Pan-amazônico – Dom Alberto Taveira Corrêa contou que o Papa insistiu que o sínodo, evento que reúne bispos de cada região, se realize com uma metodologia que permita ao evento se espalhar por toda a Igreja. A partir dessa metodologia, pretende-se abrir um espaço de debate permanente sobre a riqueza do bioma amazônico, os saberes e a diversidade de seus povos e suas lutas por uma ecologia integral.
“Quando vi a diversidade de pessoas presentes no colóquio, pensei que nós já estamos colocando em prática o pedido do Papa. É uma construção coletiva. É muito bom que nós, bispos, possamos enriquecer nossa participação nessa construção, com diversidade de pessoas e de pontos de vista”, acrescentou o bispo, que participará do sínodo que acontecerá em outubro, em Roma. A arquidiocese de Belém vai completar 300 anos de sua criação e, no próximo ano, colocará em prática a experiência de sínodo local.
Texto: Elizandra Ferreira – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Alexandre de Moraes