UFPA recebe a visita de embaixadora do Timor–Leste no Brasil

A Universidade Federal do Pará (UFPA) recebeu, no último dia 27, a visita de uma comitiva da Embaixada do Timor–Leste no Brasil, liderada pela embaixadora Maria Ângela Carrascalão. A visita de cortesia teve o intuito de estreitar os laços entre os países envolvidos para a realização de novas parcerias e apresentar os diversos espaços de acolhimento voltados às(aos) estudantes estrangeiras(os) presentes na UFPA.  

Além de Maria Ângela Carrascalão, a comitiva da Embaixada  do Timor–Leste no Brasil também contou com a presença da secretária executiva, Aryel Carvalho; da segunda-secretária, Filomena Noronha Mesquita; da terceira-secretária, Júlia Romalda Paijo; e do adido de Educação, Marcelino Ximenes Magno. Todos foram recebidos pela vice-reitora da UFPA, Loiane Verbicaro, pelos pró-reitores de Ensino de Graduação, Maria Lucilena Gonzaga, e de Extensão, Nelson Souza Jr, e pelo diretor do Centro de Internacionalização, Marcelo Galvão.

Fotografia mostra a vice-reitora da UFPA, Loiane Verbicaro, ao seu lado está uma mulher, que olha para ela. Ela está falando enquanto, em primeiro plano, outras pessoas estão de costas para nós olhando para ela. Elas estão sentadas em cadeiras atrás de mesas. A vice-reitora olha para a plateia.

“Nós temos uma grande política de recebimento de discentes de outros países, porque nós acreditamos que faz parte do espírito da Universidade se abrir para outras culturas, para outras vivências e para outras histórias. Nós acreditamos que, com isso, nós crescemos, nós avançamos e também cumprimos o nosso papel de propagação do conhecimento, da ciência, da arte e da cultura. Então, para nós, é muito importante a presença de vocês e dos estudantes do Timor-Leste aqui, na UFPA”, comentou a vice-reitora da UFPA, Loiane Verbicaro, ao receber a comitiva.

Ao reafirmar a importância de dialogar com as diferenças  e aprender com outras culturas, Loiane Verbicaro lembrou que, atualmente, a UFPA tem cerca de 17 estudantes oriundos do país asiático estudando em cursos de graduação e pós-graduação. Este acolhimento foi motivo de agradecimento, por parte da embaixadora do Timor-Leste, que ressaltou a importância da ajuda brasileira na formação de profissionais timorenses.

“Quero agradecer pela maneira como vocês incluíram os timorenses nesta universidade. Nosso país é muito novo e ainda luta pela preparação de quadros técnicos mais qualificados para, um dia, tomar conta do Timor. Embora a responsabilidade de formação seja especialmente do nosso governo, quero agradecer, na pessoa da Universidade Federal do Pará, ao Brasil inteiro pela concessão que faz aos timorenses. Todos nós sentimos, como timorenses, o empenho para uma maior compreensão técnica para a nossa formação”, ressaltou a  embaixadora de Timor–Leste, Maria Ângela Carrascalão.

A embaixadora lembrou, ainda, que o seu país viveu um período de ocupação durante o qual era proibido o ensino da Língua Portuguesa. Esse período resultou na dificuldade de compreensão do idioma, o que se tornou um desafio para os estudantes mesmo nos dias atuais de independência. Segundo ela, esse desafio pode ser superado por meio da união dos países de língua portuguesa, que poderia ser liderada pelo Brasil. “Eu perguntei aos nossos estudantes que estão aqui se estão gostando e eles disseram que sim. Para eles, poder falar o português é muito bom, é muito animador, então muito obrigada! Somos muito gratos pela vossa ajuda para a construção do novo ser timorense”, completou Maria Ângela Carrascalão

Ao final do encontro, os representantes da UFPA foram presenteados com o Tais, um tecido tradicional de Timor-Leste, utilizado como parte do vestuário. De acordo com a explicação dada pelos presentes, elaborado artesanalmente em diferentes distritos do país, o adereço varia em suas cores e é usado principalmente em ocasiões especiais, como datas comemorativas.

Cátedra Sérgio Vieira de Melo – Durante a visita realizada ao Campus Guamá, a comitiva do Timor-Leste foi convidada a conhecer alguns dos espaços que integram o Centro de Internacionalização e estão voltados para o acolhimentos dos estudantes estrangeiros na instituição. E, atentos aos espaços que possam favorecer a aproximação entre o Brasil e Timor-Leste, se interessam em conhecer um pouco mais sobre a Cátedra Sérgio Vieira de Melo, apontada como uma grande oportunidade para a realização de parcerias. 

Criada em setembro de 2024, por meio de uma parceria com  a Agência da ONU para Refugiados (Acnur), a Cátedra Sérgio Vieira de Melo, na UFPA, tem o objetivo de promover a educação, pesquisa e extensão acadêmica voltadas às pessoas apátridas, refugiadas, exiladas e em mobilidade forçada. Sua institucionalização ajuda na mobilização de cooperações com os países e com as pessoas que estão em situação de fragilidade, facilitando para que essas pessoas possam ser acolhidas na UFPA.

Fotografia mostra quatro pessoas, dois homens e duas mulheres, entre elas a vice-reitora da UFPA. Eles estão de pé e olham para uma mulher, que está falando. Eles usam roupas sociais e a vice-reitora e um homem vestem Tais, tecidos típicos do Timor Leste, no pescoço e ombros.

“A UFPA já vinha organizando e oferecendo várias ações importantes relacionadas ao acolhimento de estudantes refugiados, então a cátedra veio coroar e institucionalizar um trabalho de anos de inclusão e de excelência acadêmica da UFPA, que tem esse compromisso ético e político da inclusão de pessoas em situação de vulnerabilidade, inclusive de vulnerabilidade extrema, como parte do seu projeto de formação. Além de uma ação de acolhimento, a cátedra também propicia uma formação cada vez mais diversa na Universidade. Esses estudantes que chegam nos ensinam e também ensinam nossos alunos sobre as suas culturas e seus modos de vida. Então recebê-los, para a nossa universidade, é uma ação muito importante”, explicou a professora Flavia, responsável pela cátedra da UFPA.

O interesse nessa cátedra, como a principal oportunidade de cooperação com o governo do Timor-Leste, ocorre pela importância de Sérgio Vieira de Melo para o país asiático. Como representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, o brasileiro atuou em diversas missões humanitárias, sendo o responsável em liderar o governo de transição para a independência do Timor-Leste. 

“Esse tipo de escolha faz, naturalmente, com que haja a união entre os povos, e, até hoje, o nome de Sérgio Vieira de Melo é falado no Timor-Leste. Inclusive foi instituído um prêmio especial sobre os Direitos Humanos, pela Presidência da República, com o nome dele. Tudo isso cria uma união entre os povos e também entre as instituições”, lembrou a embaixadora, sobre a importância do brasileiro para a história do Timor.

TEXTO: Maissa Trajano - Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA

FOTOS: Vinicius Gonçalves

Relação com os ODS da ONU:

ODS 4 - Educação de Qualidade

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